Como viveu e como morreu Sócrates filho de Sofronisco?
Para entender o pensamento de Sócrates é necessário interpretar os poucos dados que temos em relação à sua vida, e também em relação ao período histórico em que ele viveu.
Sócrates nas em 470 a.c. e morre no ano de 399 a.c., ele viveu, em síntese, no período de ouro de Atenas que tornou-se grande por Péricles nascido em 495 a.c. e morto em Atenas em 429 a.c..
Sócrates participou da guerra do Peloponeso, como soldado, quando muitos Atenienses oligárquicos e traidores combatiam por Esparta contra Atenas.
A oligarquia contra a Democracia.
Alcibiades é o personagem que nos esclarece acerca da real existência de Sócrates.
Alcibiades era um aluno de Sócrates. Ele era oligáquico, ideologicamente um tirano. Um oligarca transformado em general, que muito fazia para que os oligarcas espartanos fossem guiados e posicionados contra a Democrática Atenas, para enfraquecê-la, como também para organizar insurreições. De maneira que, enquanto era oligárquica, tinha ódio pela democracia ao ponto de "se dizer" que foi o protagonista do "escândalo dos Herms" que consistiu nas cabeças de Herms colocadas sobre uma pequena coluna de mármore e que adornavam as encruzilhadas, as estradas e as casas privadas, como protetoras dos viajantes.
Sócrates foi "mestre de Crítias, parente de Platão, que se torna o chefe dos trinta tiranos impostos por Esparta depois da derrota de Atenas. Hoje o teríamos chamado colaborador e seria condenado à morte após a guerra.
Os Trinta Tiranos foram impostos pelos Espartanos depois da derrota de Atenas, nas guerras do Peloponeso e permaneceram no cargo de 404 a junho do ano 403.
Conta-se que no ano de 404 os Tiranos ordenaram a Sócrates e a outros quatro cidadãos Atenienses para prenderem o democrata Leone de Salamina para que fosse colocado à morte. Diz-se que Sócrates rejeitou o cumprimento da ordem, mas não se menciona quantas incumbências ele cumpriu antes de rejeitá-las. Além disso, para que a pessoa recebesse esse encargo era preciso ser um homem de confiança dos Tiranos, e isto nos esclarece muitos pontos da filosofia atribuída a Sócrates.
Os trinta Tiranos foram destituídos do cargo com a volta dos democratas constrangidos ao exílio liderados por Trasibulo.
Sócrates, portanto, era um inimigo da democracia e isto nos faz compreender como, no seu pensamento, o outro, o homem, desaparece em relação a ele, que se sobrepõe aos homens, e é apontado como o homem mais sábio do mundo: digamos ele era uma espécie de ditador do pensamento.
Foram os democratas Ânito e Licon os que acusaram o oligarca Sócrates, através de Meleto.
Sócrates não foi processado por: "não acreditar nos Deuses"; mas foi processado porque: era um oligarca inimigo de uma democracia apenas restituída. Seria o mesmo que, depois da segunda guerra mundial, Hitler ou Mussolini fosse processado.
O pensamento de Sócrates, descrito por Platão, é um pensamento absolutista que odeia a democracia.
Platão escreve:
"Mas - segue - voltemos a tratar do modo com o qual o homem oligárquico se transforma em democrata. Parece-me que na maioria das vezes a transformação aconteça assim". "Como?" "Quando sucede de um jovem, instruído da maneira dita, ou seja sem uma educação verdadeira e com o estandarte da avareza, encontra gosto com o mel das abelhas, e compartilha com a companhia destes seres fogosos e terríveis, capazes de provocarem prazeres infinitos de qualquer gênero e espécie, então pode considerar que este seja o início da sua transformação: o seu temperamento oligárquico deixa o seu posto para o democrático" "É precisamente inevitável que deste modo suceda", disse. "No restante, se o Estado modificava a sua estrutura quando chegavam auxílios do exterior à oposição - e se entende que a aliança é entre pessoas com a mesma tendência política -, porque: não deveria fazer, também, o jovem quando: à parte do seu temperamento que está em oposição cheguem ao seu auxílio, do exterior, certos tipos de desejos que lhes são afins e do mesmo gênero?". "Sem dúvida"
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E, Platão escreve, ainda:
"Com o passar do tempo, depois, tomam posse da força da alma, conscientizando-se de que ela é isenta de noções, de estudos elevados, e de raciocínios válidos, que na mente dos homens prediletos dos deuses, são os que constituem os mais valorosos guardiães e defensores!" "Com certeza, os maiores!" disse. "A tal ponto que opiniões e discursos vêm à tona, totalmente infundados e falsos que, se substituem aos verdadeiros, e tomam o lugar destes." "Não há a mínima dúvida", isca, embuste. E este homem talvez não regressa aos famosos Lotófagos, condividindo com eles a casa? E se dos seus parentes chegasse algum outro apoio à parte parcimoniosa da sua alma, esses tais discursos, sem fundamentos, fechariam as passagens das muralhas, em suas próprias regalias: e impediriam a chegada de socorros. Por outra parte, não fornecem nem mesmo abrigo aos conselhos sábios dos cidadãos anciãos, antes, considerando que no fim da batalha esses exatos discursos inúteis saem vitoriosos sem levar-se em nenhuma consideração, acabam por afastar o pudor, chamando-o de estupidez, que expulsa a temperança cobrindo-a de insultos e dando a ela o nome de vileza; e assim também dão às despesas o atestado de equilíbrio e parcimônia, apresentando-as como avareza e rudeza, graças inclusive da cumplicidade de muitos desejos insidiosos." "Exatamente assim". "E depois que esvaziaram e puliram novamente a alma de quem está no poder deles, sendo iniciado aos seus mistérios, eis que eles introduzem a prevaricação e a anarquia, a degeneração e a impudicicía, adornadas por coroas esplêndidas e por grande séquito, e assim aplaudindo e lisonjeando, chamam a prepotência de boas maneiras, a anarquia de liberdade, a generosidade chamam de depravação, a coragem de falta de discrição." "Isto não é, talvez - perguntai - o modo com que um jovem com uma formação que tende a tirar vantagem própria dos desejos necessários passa a usufruir da plena liberdade e do afrouxamento ao se conceder desejos não necessários e de fato nada úteis?" "Não há a menor dúvida", respondera
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A ideologia manifestada por Sócrates, conforme descrita por Platão, demonstra uma prática de vida voltada à oligarquia, à ditadura, contra os cidadãos de Atenas.
Processado, Sócrates foi condenado à morte por um tribunal popular. É irrelevante que ele tenha escolhido a condenação à morte com uma possível fuga ou ao exílio. Trata-se, antes, de um desejo de suicídio, pois avaliava-se muito velho para enfrentar o exílio que lhe haviam proposto.
Sócrates encarna o modelo ideal de ditador, inclusive para afirmar o seu direito para exercer a ditadura sobre os homens, ao ponto de Platão jamais, em nenhum ponto, se responsabilizar com a sua própria filosofia, mas esta ficará escondida atrás do nome de Sócrates.
Tudo o que nós sabemos do pensamento de Sócrates foi erguido por Platão: o filósofo dos ditadores.
Sócrates foi condenado à morte por delito, porque sobre ele pesava a culpa de combater contra a democracia, e por ainda ter como cúmplices o oligarca traidor Alcibiades e o ditador Crítias.
Nota: O texto do qual foram extraídas as citações de Platão "Todos os escritos", com os cuidados de Giovanne Reale, ed. Bompiani 2014, tradução de A República, aos cuidados de Roberto Radice (o número de páginas das citações referem-se a este texto).
Marghera, 07 de setembro de 2018
A tradução foi publicada 24.04.2020
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
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Claudio Simeoni
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