Continuação do precedente...
Schelling é auxiliado por Jaspers que, como defensor, tende a ir em frente para favorecer a ação do companheiro.
Entre os dois há uma breve troca de bolas:
"Este ponto de partida é a liberdade absoluta de Deus na criação do mundo. Estava no seu poder, temos dito, manter no oculto ou elevar à realidade efetiva aquele princípio que está Nele como pura possibilidade e, portanto, nada há sem a sua vontade, este princípio que Ele distingue como pura possibilidade no mais profundo do seu ser."
Schelling, Filosofia da Revelação, Rusconi, 1997, p. 519
E Jaspers recebe a bola:
"Como comunidade do espírito este reino é associação dos membros, com base no saber de um todo, este todo como ideia deles. Mas, o espírito é sempre e somente um todo, não tudo. Por ser todo, ele deve vincular-se a um outro todo e sempre permanece, de fato, incompleto, inclusive na própria realidade."
Karl Jaspers, A verdade, Bompiani, 2015, p. 759
"Não é concedida a cada filosofia compreender uma Revelação. O pressuposto fundamental é um relacionamento não meramente ideal, mediato através da razão, mas um real da natureza humana com Deus."
Schelling, Filosofia da Revelação, Rusconi, 1997, p.923
Spinosa se lança, velozmente, sobre eles, golpeando duramente a bola:
"Se alguém deve persuadir ou dissuadir os homens de alguma coisa, que por si só não é manifesta, esse alguém então, para que eles o aprovem, deve argumentar a coisa que está no seu coração com o que é comumente admitido e convencê-los com a experiência ou com a razão, corresponde dizer que deve argumentar ou sobre as coisas que eles experimentaram por intermédio dos sentidos verificados na natureza, ou pelos axiomas intelectuais notórios por si mesmos."
Spinoza, Tratado teológico-político, Rusconi, 1999, p. 223
Voltaire se precipita em ajudar o companheiro interceptando a bola:
"Pobre filósofo: vê uma planta que vegeta, e dizes "vegetação", ou "alma vegetativa". Observa que os corpos são dotados de movimento e o transmitem, e dizes "força", vê o teu cão de caça aprender o seu mister sob a tua supervisão, e bradas que é "instinto", "alma sensitiva", tens ideias complexas, e dizes "espírito". Mas, ao acaso, o que entendes com estas palavras? Esta flor vegeta, mas existe por acaso um ser real que se chama "vegetação"? Este corpo impulsiona um outro, mas possui em si um ser distinto que se chama "força"? Este cão traz uma perdiz, mas há um ser que se chama "instinto"? Não ririas de um pensador (que também tivesse sido preceptor de Alexandre) que te dissesse: "Todos os animais vivem, portanto há neles um ente, uma forma substancial que mostra a vida?" Se uma tulipa pudesse falar, e te dissesse: "A minha vegetação e eu somos dois seres unidos evidentemente em conjunto", não zombarias da tulipa?"
Voltaire, Dicionário de filosofia "todos os romances e os contos e Dicionário de filosofia", Mammut Newton, 1995, p. 449
Liberando da preocupação de impedimento dos Existencialistas Hume se movimenta em sua direção:
"Quando sempre se observou que duas espécies de objetos são unidos conjuntamente, posso deduzir, por hábito, a existência do uno cada vez que vejo a existência do outro. A esta chamo de uma argumentação da experiência."
David Hume, Diálogos sobre a religião natural, BUR, 2013, p. 179
Hume chuta a bola livremente atingindo Kant sobre a faixa, projetando-a adiante:
"Felicidade é um estado de um ser racional no mundo em que, toda a sua existência, "tudo caminha conforme o seu desejo e querer", e assim ela se apoia no acordo da natureza em seu escopo inteiro, e concomitantemente com o motivo determinante essencial da sua vontade."
Kant, Crítica da razão prática, BUR, 1992, p. 409
E Kant se precipita na área dos Existencialistas...
Continua...
Marghera, 26 de abril de 2018
A tradução foi publicada 12.06.2019
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
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Claudio Simeoni
Mecânico
Aprendiz Stregone
Guardião do Anticristo
Membro fundador da Federação Pagã
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