Hans Georg Gadamer é o exemplo clássico do "estudioso de algumas filosofias" fazendo-se passar por filósofo. Em Gadamer não há uma experiência social, não há pessoas, existe apenas academia, estudo e rejeição de participar das vicissitudes da história e do lugar. As ideias de Gadamer não brotam da análise da sua vivência, mas do seu interesse emotivo dentro de uma vida imaginária.
Em outras palavras, Gadamer fornece a filosofia por meio da filosofia de quem a elaborou vivendo. Mas ele não vive para criar uma filosofia. Ele trabalha em cima da vivência de outros.
Toda a biografia de Gadamer demonstra que ele não se importava com nada que estava acontecendo na Alemanha. Ele se interessava com ele mesmo. Poder conviver com qualquer que fosse o regime, e assim expandindo a sua própria filosofia que, submetendo o homem a "Deus", nada mais era senão o nazismo que sobrevivia com a queda do regime nazista.
Gadamer nasce em 11 de fevereiro de 1900. Sua mãe veio a morrer quando ele tinha quatro anos de idade. O seu pai, Johnnes Gadamer morreu em 1928, ele era docente na universidade de Marburgo.
Em 1902 a sua família se transfere à Breslávia onde o seu pai ensinará a química farmacêutica. Nesse ínterim, veio a falecer a sua irmã llse que tinha dois anos de idade.
Em 1904 morre a sua mãe que sofria de diabetes.
Em 1905 o seu pai casa com Hedwig Hellich.
Em 1907 Georg Gadamer se inscreve no instituto Santo Espírito.
Em 1914 Georg é crismado junto com o seu irmão, dois anos mais velho que ele.
Em 1916 o pai de Georg Gadamer é nomeado por Kaiser junto ao Conselho Secreto do Governo.
Em 1918 Georg Gadamer conclui o exame de maturidade no Santo Espirito e se inscreve para a universidade da Breslávia.
Entre 1918 e 1919 ele frequenta a universidade da Breslávia.
No ano de 1919 Johannes Gadamer doutora-se perante a Universidade de Marburgo e para lá transfere a sua família.
Em 1922 Johannes Gadamer vem a tornar-se reitor da Universidade de Marburgo.
Em 1923 Georg Gadamer desposa Frida Kratz.
No ano de 1923, durante a crise econômica, no verão, ele passa quatro semanas no chalé de Heidegger.
Em 1924 Georg Gadamer publica "Metafísica do conhecimento sobre Nicolai Hartmann" e "A ideia de sistema em filosofia".
Em 1925 Nicolai Hartmann, enraivecido com Heidegger, abandona Marburgo e Georg Gadamer adquire a sua casa.
Em 1927 Georg Gadamer presta exame para filologia clássica. Entre os examinadores está Heidegger que concede a habilitação a Gadamer.
Em 1928 Johannes Gadamer morre de câncer.
Em 1929 Georg Gadamer habilita-se em filosofia com Martin Heidegger, com uma tese que será publicada em 1931 com o título de "A ética dialética de Platão".
No ano de 1929 há Queda na Bolsa de Valores de New York que dá o sinal de partida à crise econômica.
Em 1930 começa a perseguição dos judeus na Alemanha e Georg Gadamer se recusa em romper os relacionamentos com alguns deles.
Em 1933 Martin Heidegger se torna reitor da universidade de Friburgo e esforça-se para dar a universidade o tom nazista.
Donatella di Cesare escreve em "Gadamer", ed. Mulino 2007:
'Gadamer não era antissemita. O fato é que naqueles anos isto estava longe de ser superado: o antissemitismo tinha raízes profundas e era difundido demais. Valerá a pena citar o exemplo muito significativo de Gottlob Frege, o pai da filosofia analítica. Simpatizante da extrema direita, além de desejar um <<terceiro Reich>> definido como <<lógico>>, que prenuncia o Terceiro Reich político, no seu Diário de 1924, portanto, em tempos não suspeitos, escreveu entre outras coisas: <<poder-se-á reconhecer que há judeus respeitáveis e, apesar disto, dever-se-á considerar que é um infortúnio o fato de que há inúmeros judeus na Alemanha, e que eles têm os mesmos direitos dos cidadãos de origem ariana>>'
Pág, 27 - 28
Em 1933 Georg Gadamer consegue um cargo para o ensinamento de ética e estética junto à universidade de Marburgo.
Em 1934 perante à sociedade "Amigos do ginásio humanístico de Marburgo" Gadamer conduz a conferência "Platão e os poetas".
Donatella di Cesare em "Gadamer", ed. Mulino 2007, escreve:
'A segunda acusação encaminhada à Gadamer concerne, na realidade, às publicações daquele ano. Os textos incriminados são particularmente dois: Platão e os poetas e o trabalho sobre Herder. Como se pronuncia S1, a acusação contra o Platão de Gadamer? Indubitavelmente Platão representa a linha de continuidade na sua reflexão naquele período e não somente nisto. O tema que lhe interessava era a <<concepção sofistica e platônica do estado>>, mas <<por prudência>>, que recordará, deveu interromper. Vieram, de qualquer modo, à luz os dois ensaios Platão e os poetas, e o O Estado educativo de Platão. Ele lê a acusação de ambos sobretudo o do primeiro, com fundo de nuance nazista dos estudos clássicos tedescos, um profundo e inexorável processo de <<transformação ideológica>> que do neo-humanismo de Jaeger, do qual salientam-se com ênfase as responsabilidades, remontaria à filologia de Ulrich von Wilamowitz-Moellendorf (1848 - 1931) e finalmente ao classicismo de Winckelmann. A ideia de a Alemanha como uma nova Hélade teria encontrado expressão, durante os primeiros decênios do século Novecentos, na relevância política atribuída à antiguidade grega que teria focalizado o interesse de Platão em A República. A culpa de Gadamer, inserido neste contexto, seria aquela de defender um dos passos mais controversos de Platão, e assim a expulsão dos poetas da cidade. Além da reconstrução simplista da história dos estudos clássicos na Alemanha, seguramente não foram poucos os filólogos e os filósofos que nos anos trinta instituíram um nexo entre o estado platônico e o nacional-socialista. Mas, não é este, certamente, o caso de Gadamer que citava a utopia de Platão com o escopo oposto de criticar a poesia isenta de qualquer valor a respeito da verdade, e de propor com o <<estado interior>> um modelo educativo que pudesse antecipar o renascimento da <<Polis>>.
p. 36 -37
Em 1935 ensina em Kiel.
Donatella di Cesare em "Gadamer", escreve, ed. Mulino 2007:
"Permanecer na Alemanha e permanecer com vida: esta é a culpa de Gadamer. Contudo, a vida naqueles anos foi tudo, menos fácil; foi, ao contrário, plena de dificuldades e de obstáculos.
Gadamer seria poupado em grande parte se, como o seu mestre, tivesse aderido ao nazismo. Isto teria, sobretudo, favorecido a sua carreira. De fato é evidente que a sua posição política o prejudicou, como poderia ter sido se fosse diferente? Gadamer conquistou o ensino independente em 1929; tornou-se professor comum somente no ano de 1939. No início não teve um cargo temporário, isto é como substituto, em decorrência das condições financeiras em que a universidade se submeteu. Ele obtém o primeiro cargo em Marburgo no semestre invernal de 1933/1934. Nos dois semestres sucessivos, o do verão de 1934 e o do inverno de 1934/35, foi chamado à Universidade de Kiel onde estava vaga a cátedra de Richard Kroner, afastado do ensino por ser judeu. No inverno de 1935, não havendo expectativas em Kiel, retornou a uma Marburgo que já parecia mudada profundamente.'
A pressão exercida pelos nazistas veio como acréscimo. Alguns meses antes o Instituto de Filosofia havia requerido a ele o título de professor extraordinário, o que era uma praxe normal após seis anos de ensino comum. Mas, o Dozentenbund, a associação dos pedagogos nazistas, avaliou que Gadamer era politicamente desleal e assim se opôs, ouviu-se dizer inclusive sobre a sua perda de aptidão para o ensino."
p. 34
Em 1936 os docentes auxiliam, por escrito, Georg Gadamer, para que ele seja docente extraordinário.
Donatella di Cesare, em "Gadamer", ed. Mulino 2007, escreve:
"Gadamer fazia parte de uma casta educada que não se alinhava com Hitler e que, também após o primeiro "renascimento terrível", considerava que os nazistas manteriam o poder somente por alguns meses. A sua opinião não era diferente, por exemplo, da opinião de Löwith": o que não diminui em nada a responsabilidade da filosofia e dos filósofos naquele período, que muitas vezes Gadamer reconheceu. Esta dificuldade em dar uma resposta imediata à realidade traumática, que de improviso havia penetrado a torre de marfim de Marburgo, porém não é nem de longe comparável a uma adesão como a de Heidegger, o qual acreditava enxergar na assim denominada revolução nacional-socialista uma resposta ao esquecimento do ser no mundo ocidental, de modo que Heidegger se sente chamado a "guiar o Führer e, como Carl Schmitt, permaneceu fiel ao regime nazista mesmo depois de ter abandonado todo o envolvimento direto em 1934-1935"
Pag. 29
Em 1937 continua com os substitutos, neste caso em filologia clássica na Universidade de Halle.
Em 1938 realiza uma viagem à Itália.
Em 1938, 9 de novembro, é a noite dos cristais.
Donatella di Cesare, em "Gadamer", ed. Mulino 2007:
"Para esclarecer melhor esta disparidade é preciso acrescentar que Gadamer não se sujeitou ao fascínio que o nazismo exerceu sobre a segunda geração do niilismo europeu em busca desesperada a uma saída da crise do mundo burguês: demonstrou ser alérgico àquela exaltação mística com a qual Ernst Junger descrevia as <<tempestades de aço>> já na primeira guerra mundial, foi impermeável à ideologia fascista que saudava no regime hitleriano, o triunfo dos impulsos vitalísticos, da natureza e da técnica, da força e do mito, foi intelectualmente refratário à atração estética rumo ao nazismo que impregnava il George- Kreis".
P. 29
Em 1939 se torna professor extraordinário pela Universidade de Lipsia.
Em 1939, em 1 de setembro, a Alemanha invade a Polônia, começa a segunda guerra mundial.
Em 1940 Georg Gadamer é chamado em várias universidades.
Em 1941 Hitler ordena a invasão da Rússia e, pouco depois, o extermínio dos judeus. Georg Gadamer publica o livro "Povo e história no pensamento de Heder Volk".
Donatella di Cesare em "Gadamer", ed. Mulino 2007, escreve:
"A acusação é reapresentada pela dissertação de 1941 'Povo e história no pensamento de Heder' interpretado no contexto da germanística, assimilada ao menos pela filologia, que pelo Herder crítico do iluminismo, e defensor da peculiaridade de toda cultura, entrevia o profeta pangermanismo. O conceito de <<povo>> (Volk) parecia se prestar para esta causa. O texto sobre Herder esteve à base de uma conferência em que Gadamer esteve em 1941 junto ao Deutsches Instituto de Paris. No período da guerra ele fez também outras duas viagens: a Florença em 1940, à Espanha e Portugal em 1944. Embora estivesse privado de <<méritos políticos>>, as viagens foram autorizadas inclusive pelo prestígio científico que ele já usufruía. Mas certamente constituía uma arma de dois gumes
[...]
Por um motivo aquelas viagens representavam o perigo concreto de personificar-se instrumento da máquina nazista: por ouro lado ofereciam a ocasião para um contato, então não óbvio com o mundo intelectual fora da Alemanha: todavia eram o modo de levar à casa gêneros alimentícios que se tornaram raríssimos."
P. 38 - 39
Em 1942 Georg Gadamer realiza a conferência sobre "Goethe e a filosofia"
Em 1943 após a derrota alemã em Stalingrado, Georg Gadamer "A pergunta sobre Deus da filosofia".
Em 1944 Viagem a Portugal realizando conferência em Lisboa, Coimbra e Porto. Morre o filho Willi que sofria de epilepsia desde menino.
Em 1944 Georg Gadamer realiza uma conferência com o título "Sobre o destino da visão histórica em Herder e Nietzsche."
Em 1945 as tropas dos USA entram em Lipsia. Alguns meses depois as tropas soviéticas substituem as tropas dos USA. Georg Gadamer realiza uma conferência com o tema "O significado da filosofia para uma nova educação."
Em 1945 Viagem a Friburgo a procura de um posto na Alemanha ocidental.
Em 1947 Georg Gadamer se demite da universidade de Lipsia e tenta vir ao ocidente. Chega à universidade de Frankfurt, primeiro substituto e depois professor ordinário.
Em 1948 Georg Gadamer visita Heidegger em Friburgo.
Em 1949 Georg Gadamer é chamado para cobrir uma cátedra que foi de Karl Jaspers na cidade de Heilderberg.
Em 1949 Georg Gadamer tenta reabilitar Heidegger. O escrito "Participação" será publicado em 1950.
Em 1950 Georg Gadamer desposa Kate Lekebusch em Frankfurt.
Em 1951 Georg Gadamer anuncia a filosofia da hermenêutica com um discurso cujo tema é "A filosofia nos últimos 30 anos". A hermenêutica é uma filosofia nazista onde o homem é prostrado e submisso a um absoluto. Onde o filósofo, ao invés de coparticipar às dinâmicas sociais, limita-se a estudar quem construiu uma filosofia no interior das dinâmicas sociais que viveu. A hermenêutica nada mais é que a exegese transferida para a filosofia.
Donatella di Cesare em "Gadamer", ed. Mulino 2007, escreve:
Enfim, Gadamer não era <<apolítico>>, certamente que não depois de 1933. Este último tema poderia parecer menos relevante do que os outros. Contudo, tal desinteresse pela política, presumido, de Gadamer, não dá motivo à acusação de ter visto <<à distância>> o que lhe sucedia ao seu redor cuidando oportunamente do seu interesse particular. Mas, a hermenêutica é a que deve ser incriminada que, não fornecendo critérios objetivos e normativos, seria uma filosofia ambígua, da ambivalência em seu "desempenho"."
P. 28
A questão é que, não é que a hermenêutica seja desempenho. A hermenêutica é um empenho preciso que caracteriza no nazismo o seu recipiente ideológico. A hermenêutica constitui empenho de propaganda nazista. Efetivamente, Gadamer. salvo as condições eventuais, não rompe com Heidegger e continua a se reconhecer inserido em seu existencialismo.
No ano de 1952 na Tubinga, na ocasião de um festa, Georg Gadamer durante uma conferência apresenta as ideias fundamentais de "Verdade e método".
Em 1953 participa de um congresso de filosofia em Bruxelas e em Bremen faz uma conferência cujo tema é "A verdade nas ciências do espírito".
Em 1955 faz uma conferência em Frankfurt com o tópico: "O que é a verdade".
Em 1956 nasce sua filha Andrea.
Em 1957 Georg Gadamer faz a relação de "Ethos e historicidade"
Em 1958 Georg Gadamer tem conferência sobre "Problematicidade da consciência estética".
Em 1961 Georg Gadamer viaja à Itália para conferências em Milão e Roma. Em Walberberg Georg Gadamer realiza uma conferência acerca de "Sobre possibilidade de uma ética filosófica".
Em 1962 Georg Gadamer publica "Os fundamentos filosóficos do século XX"
Em 1968 Georg Gadamer se torna professor emérito, mas cessará a sua atividade de instrução somente no ano de 1970. Viaja para a América do Norte, visita muitas universidades e realiza conferências sobre "Imagens e mundo".
Em 1969 o relacionamento Gadamer e Heidegger tem continuidade por meio de um discurso de Heiddegger no curso das lições de Gadamer. Há uma segunda viagem para a América do Norte.
Em 1970 Georg Gadamer publica "Hermenêutica e dialética".
O ano de 1971 é o ano das honras prestadas a Gadamer.
Em 1972 Gadamer publica "A nova antropologia" vol. 1, e ele viaja para a Noruega e América do Norte.
Em 1976 Heidegger morre, Gadamer não participa do funeral. Em dezembro Gadamer celebra Heidegger com um discurso sobre "Ser, Espírito, Deus".
Em 1977 Gadamer publica a sua autobiografia "Mestres e companheiros no caminho do pensamento".
Em 1978 Gadamer em Mineápolis faz uma conferência com o tema "o texto eminente e a sua verdade".
Em 1979, em Stoccarda, Jürgen Habermas tece elogios a Heidegger com uma conferência que tem o título "A urbanização da província Heideggeriana" e Gadamer desenvolve o tema " A herança de Hegel".
Em 1980 há viagens para a África do Sul e à Califórnia.
Em 1981, faz conferência junto à Universidade de Nápoles. Honras lhe são prestadas, Honorary Doctorate no Canadá.
Em 1982, há viagem à Polônia sendo convidado ao Seminário dos teólogos, vai à Wroclaw (ex Breslávia).
Em 1983, em agosto, encontra João Paulo ll na ocasião de um colóquio onde tem lugar o tema "Os caminhos de Heidegger".
Em 1986 é impressa a quinta edição de "Verdade e método".
Em 1987 sai o livro de Victor Farias sobre "Heidegger e o nazismo", polêmicas infindáveis porque o ambiente filosófico não sabe distinguir um princípio nazista que pertence às outras correntes filosóficas.
Em 1989 cai o muro de Berlim. Gadamer não adere à unificação da Alemanha e não adere a união monetária.
Em 1993 nos Länder (estados federados) da Alemanha oriental unificada à Lípsia, Gadamer faz um discurso para a inauguração do ano universitário.
Em 1994 em Capri são feitos colóquios filosóficos com Derrida e Vattimo.
Em 1995 Estudo sobre hermenêutica tendo como tema "Da facticidade do jovem Heidegger à sua aceitação por parte de Gadamer".
Em 1996 recebe láureas Honoris Causa da Wroclaw (Breslávia) e da Universidade de Lípsia.
Em 1997 Gadamer em Praga recebe homenagem Honoris Causa.
Em 1999 recebe outras homenagens.
No ano 2000 festa pelo centésimo aniversário, junto à Universidade, de Heidelberg, com jornadas de estudo científico sobre Gadamer.
Aos 13 de março de 2002, na clínica universitária de Heidelberg, Gadamer morre.
Podem ser feitas todas as distinções desejadas, mas Gadamer era um filósofo nazista que não cometeu o erro de aderir ao partido nacional-socialista, reservando-se o privilégio de continuar a expandir a ideologia nazista depois do fim do regime nazista.
O que é a hermenêutica senão a tentativa de tornar objetiva a interpretação subjetiva de textos antigos? Não é talvez a mesma interpretação feita pelos cristãos ao interpretarem exegeticamente a Bíblia?
O Deus dos cristãos qualifica-se pelo seu ódio pelos homens de maneira a vangloriar-se por ter exterminado a humanidade com o dilúvio universal. E ainda, a interpretação exegética criminaliza os massacrados e absolve o Deus cristão pelo delito de genocídio.
Trata-se do mesmo mecanismo sofista executado por Patão. O Deus não pode fazer nada senão o bem. Em síntese, se a Justiça corta a garganta de um homem, sendo este ato considerado Justiça, então eu digo que é um "delito cometido pela Justiça" e processo a Justiça pelo delito cometido; eis que a hermenêutica e a exegese chamam-no de "um ato de justiça" absolvendo Justiça pelo crime cometido.
Nota 1: para esta biografia foi consultado Jean Grondin, Gadamer uma biografia, Bompiani, 2004.
Nota 2: as citações foram extraídas de: Donatella di Cesare, Gadamer, il mulino, 2007. Esta página refere-se a esta edição.
Marghera, 04 de outubro de 2018
A tradução foi publicada 10.03.2021
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
De fato quer navegar neste site?
Clique e aprenda como se pede esmola
Claudio Simeoni
Mecânico
Aprendiz Stregone
Guardião do Anticristo
Membro fundador da Federação Pagã
Piaz.le Parmesan, 8
30175 - Marghera - Venezia - Italy
Tel. 3277862784
e-mail: claudiosimeoni@libero.it