Hobbes é o teórico do absolutismo. Quando partindo dos conflitos sociais as pessoas incitam pela liberdade e pela democracia, Hobbes estimula à submissão e à escravidão perante um poder central que tem como escopo dominar o homem, ao qual solicita-se para obedecer.
Thomas Hobbes nasce em 1588 quando a Grande Armada espanhola estava tentando conquistar a Inglaterra. Ele nasce no vilarejo de Westport perto de Malmesbury. O seu nascimento veio de um parto prematuro. O pai de Thomas Hobbes era o pároco Charlton e Westport, foi demitido da paróquia e abandonou os seus filhos que foram cuidados pelo irmão.
Em 1592 Hobbes começa os estudos elementares na igreja de Westport.
Em 1594 entrou para a escola de Malmesbury e posteriormente estudo o idioma grego e o latim recebendo aulas particulares que lhe permitiram graduar-se na Universidade de Oxford.
Em 1603 Thomas Hobbes, com a ajuda do tio, é admitido à Magdalen Hall de Oxford, que tinha como diretor o puritano John Wilkinson que se interessou com os estudos de Hobbes. O movimento puritano estava difundido entre os nobres e os burgueses ingleses, bem como teorias, mormente o calvinismo, segundo a ideia de que a condição social do homem era aquela que Deus havia determinado e, assim, nada poderia ser feito contra a vontade de Deus na qual se inseriam também as escolhas do homem que, visto que sendo escolhas, manifestavam o projeto e o desígnio de Deus. Este absolutismo, além de como Hobbes o transmitirá no Leviatã, será a linha emotiva que conduzirá a ideia social de Hobbes.
Em 1603 Jaime VI se torna rei da Inglaterra, sendo já rei da Escócia. Sob a mesma coroa são agrupadas a Inglaterra anglicana, a Irlanda católica e a Escócia calvinista permanecerão sobre o trono até 1625.
Em 1608 Hobbes consegue o bacharelado em Artes. Posteriormente ele se inscreve junto à Universidade de Cambridge, mas não frequenta as aulas. Recomendado pelo seu instrutor torna-se tutor do filho de Willian Cavendish, o barão de Hardwick (que se tornará duque de Devonshire). Com esta família ele tecerá relações que durarão por toda a sua vida.
Em 1610 Hobbes acompanha William, o rapaz de quem ele é tutor, em uma viagem pela Europa. Nesta viagem ele conhece Fulgenzio Micanzio, que tem relacionamento tanto com Galileu Galilei como com Paolo Sarpi. Ele começa a analisar o método "científico" com o qual descreve a realidade e começa a rejeitar o método filosófico da filosofia escolástica cristã.
Hobbes supõe encontrar confirmação na sua ideia sobre a monarquia absoluta nos clássicos gregos. Ele traduz "A guerra do Peloponeso" de Tucídides, pensando que tal obra confirme a validade do regime monárquico.
Em 1628 o conde de Devonshire morre de peste e a viúva o afasta da casa. Hobbes encontra trabalho com Sir Gervase Clifton, como tutor do filho deste.
Como protetor do filho de Sir Gervase Clifton, Hobbes acompanha o rapaz na sua viagem à Europa. Uma viagem que assistirá Hobbes quase sempre em Paris bem como na Suíça.
No ano de 1628 o parlamento inglês vota a "Petition of Right" com a qual solicita ao rei Carlos I para não impor taxas que não são aprovadas pelo Parlamento; não aprisionarem homens sem um processo penal; para não usarem de tribunais especiais; para não obrigarem cidadãos abrigarem militares. Como resposta, Carlos I institui tribunais especiais monárquicos, expandiu as taxas a todos os súditos e declarando guerra `Escócia e à Irlanda.
Em 1629 o rei Carlos I dissolveu o Parlamento e deu o sinal de partida à ditadura do rei.
Em 1628 havia nascido um movimento puritano que requeria a liberdade religiosa semelhantes àquela dos escoceses, com a eleição de bispos e párocos. O rei Carlos I não podia renunciar o controle dos bispos e dos párocos que representavam a sua rede de controle social e, assim, declarou guerra à Escócia calvinista para impor a igreja anglicana da Inglaterra.
Em 1631 Hobbes deixa o cargo perante Sir Gervase Clifton para retornar junto à família Cavendish e ser tutor do filho do seu primeiro aluno. Ele trabalhou perante a família Cavendish por sete anos empreendendo viagens inclusive uma viagem pela Europa.
Em 1634 Hobbes parte para outra viagem pela Europa. Nesta viagem, a terceira, dirige-se também à Itália e, perto de Arceri, em 1636, encontra Galileu Galilei.
Em Paris começa a frequentar a Academia Parisiense, tornando-se amigo do frei Marin Mersenne e encontra Pierre Gassendi.
Hobbes começa a se interessar pela filosofia e após os encontros em Paris, e daquele encontro com Galilei, começa a desenvolver uma teoria mecanicista da existência segundo a qual todos os fenômenos físicos poderiam ser esclarecidos mecanicamente.
Em 1637 Hobbes retorna à Inglaterra e lá depara com uma situação pós-guerra civil. Hobbes, nesse meio-tempo, publicou o "Human Nature", "De corpore politico", que em seguida foram publicados com o título "The Elements of Law". Escreve no "De Corpore" "As primeiras verdades nasceram do arbítrio daqueles que primeiramente impuseram nomes às coisas ou as acolheram, uma vez que colocados pelos outros." (De corpore III, 8) A verdade não é aquilo que é, mas é aquela que pode ser imposta como tal. Impor a verdade, que deve ser aceita, torna-se o verdadeiro fim do poder e do domínio absoluto.
Em 1640 Hobbes foge da Inglaterra e se refugia em Paris. Ele permanece em Paris onze anos. Continuou a frequentar o grupo de Mersenne e Descartes.
Em 1641 Hobbes completa o "De civis".
Em 1641 explode a revolta dos proprietários de terra católicos na Irlanda contra a tentativa de colonização dos protestantes de Carlos I. Carlos I não podendo combater as duas frentes, acaba aceitando a "igreja presbiteriana escocesa".
Em 1641 o rei Carlos I é forçado a convocar o Parlamento no qual John Pym inicia a incitar a guerra contra Carlos I acusado de ser um escocês. O exército inglês regressa da Irlanda e se encontra, de fato, sob o controle de John Pym que enfraquece o rei. O Parlamento aprova 200 artigos de lei contra o rei Carlos I.
Em 1642 inicia a "Guerra dos três reinos" com as decapitações de Carlos I e de Cromwell. A guerra dos três reinos terminará em 1660 e verá o triunfo de Carlos II que, no entanto, terminará com a monarquia absoluta e transformará a Inglaterra em uma monarquia parlamentar.
Em 1642 inicia a ascensão de Oliver Cromwell, que como líder de algumas tropas contra o rei, consegue fazer frente à cavalaria dos aristocratas fiéis ao rei, em Londres.
Em 1644 Hobbes dentro da "Universae geometriae mixtaeque mathematicae synopsis" de Mersenne, publica Tractatus opticus".
Em 1645 Hobbes com Descartes, Gilles Personne de Roberval é chamado para resolver uma disputa relativa à "quadratura do círculo".
Em 1646 Hobbes reedita o "De cive" que é distribuído sobretudo entre os exilados ingleses seguidores do rei, que se refugiaram em Paris.
Em 1646, batalha de Oxford parece que pôs fim à guerra civil. O Parlamento inicia a elaborar leis, mas descontenta a todos. Insatisfaz os revolucionários das várias facções, embora instituindo a propriedade privada e eliminando muitos privilégios feudas, descontenta aristocráticos, anglicanos e outros.
Em 1647 Hobbes foi contratado como preceptor de Carlos (o futuro rei Carlos II), príncipe de Gales, para que lhe fosse ensinado matemática.
Em 1648 adoeceu, muito gravemente, naquele ano parou de ser educador de Carlos. Uma vez que se libertou da doença, reescreveu em inglês os livros que havia escrito em latim. Além disso, começou a escrever o "Leviatã".
Em 1648 os confederados católicos assinam um acordo com os monarquistas anglicanos e tentam eliminar o exército parlamentar de Dublim. Mas foram derrotados aos 2 de agosto na batalha de Rathmines. Depois, Oliver Cromwell aos 15 de agosto derrotou definitivamente os monarquistas em Dublim. Cromwell decidiu pôr fim à monarquia fazendo fuzilar como traidores 2700 soldados monarquistas e 700 "civis" entre prisioneiros e padres católicos. Esta ação impelirá a Irlanda à guerra dos católicos contra os protestantes por várias centenas de anos. Na Irlanda esta guerra continuou até 1653 quando o último confederado e último soldado da monarquia se rende.
Em 1649 o rei Carlos I foi processado por traição, ele foi condenado à morte e foi decapitado. O rei que era rei por vontade de Deus foi decapitado pelos homens que queriam o poder do rei (diferentemente da Revolução Francesa que decapitou o rei para construir a democracia).
Em 1650 Hobbes reedita os seus escritos com o título de "Os Elementos da Lei, Natural e Política" (The Elements of Law, Natural and Politic).
Em 1651 Cromwell começa a invadir a Escócia.
Em 1651 Hobbes publica o "Leviatã". O livro irritou tanto os anglicanos quanto os católicos, e Hobbes foi forçado a romper com os grupos realistas ingleses refugiados na França. Por este motivo ele foi compelido a pedir proteção ao governo inglês. Mais do que partidário do rei, Hobbes era defensor do absolutismo, como demonstrou o seu retorno à Inglaterra na época de Cromwell, de modo que Hobbes fez com que o Leviatã fosse anterior à publicação em inglês.
Sobre o pensamento de Hobbes, consta no dicionário de filosofia:
"Daqui também a polêmica contra a implicação entre ser e pensar colocada pelo Cartesianismo, que deduzia do cogito o estatuto ontológico da substância pensante. A razão, para Hobbes, não tem alguma implicação ontológica, mas é definida como um puro procedimento formal de conexões de nomes: "A razão, neste sentido, não é senão o cálculo das consequências dos nomes em geral, em que existe acordo para assinalar e dar significado aos nossos pensamentos" (Leviatã v)"
Dicionário de filosofia Garzanti, 1999
Em 1653 Oliver Cromwell se torna o ditador da Inglaterra.
Em 1655 Hobbes publica novamente "De Corpore". O bispo Bramhall publicou a correspondência que havia com Hobbes intitulando-a "Defesa da liberdade verdadeira das ações humanas pela necessidade antecedente ou extrínseca". A esta intervenção, Hobbes respondeu com "Questões acerca da liberdade, da necessidade e o acaso". Após o que ele deixou passar a polêmica embora o bispo tenha escrito, em 1658, "A captura do Leviatã, a grande baleia".
Em 1654 Hobbes dá início a uma outra polêmica no mundo acadêmico. No "Leviatã" Hobbes criticara o sistema acadêmico e, a Hobbes, Seth Ward, professor de astronomia, respondeu. De modo que, os erros de Hobbes no "De Corpore", nas partes da matemática, facilitaram a crítica de Ward. Os erros no "De Corpore" fizeram com que críticas fossem levantadas, inclusive de John Wallis, professor de geometria. John Wallis criticou Hobbes escrevendo " Elenchus geometriae Hobbianae".
Hobbes removeu alguns erros mais graves assinalados por Seth Ward, mas atacou John Wallis em 1656 em " Seis Lições aos Professores de Matemática" (Six Lessons to the Professors of Mathematics"). John Wallis usou a cópia em inglês do "De civi" para posteriormente atacar Hobbes que respondeu com "Marks of the Absurd Geometry, Rural Language, Scottish Church Politcs, and Barbarisms de John Wallis, Professor of Geometry and Doctor of Divinity"(Marcas da Geometria Absurda, Linguagem Rural, Políticas da Igreja Escocesa, e Barbarismos de John Wallis, professor de Geometria e Doutor em Teologia. A disputa foi facilmente concluída por Wallis com a resposta (Hobbiani puncti dispunctio, 1657). Num segundo tempo, Hobbes fará uma tentativa para reacender a polêmica, mas Wallis esquecerá disso.
Em 1658 Cromwell morre, parece que devido a cálculos renais.
Em 1660 restauração da monarquia com a chegada de Carlos II.
Em 1661, aos 30 de janeiro, com a repetição da cabeça cortada de Carlos I, é feita a exumação de Cromwell e ele é oficialmente decapitado.
Hobbes levantou outras polêmicas.
Em 1666 publicou um livro "De principiis et ratiocinatione geometrarum" que era um ataque à geometria e aos acadêmicos da matéria.
Toda a lógica filosófica de Hobbes está bem delineada no dicionário de filosofia Garzanti:
"Este método conduz à definição de um modelo lógico construído sobre uma dicotomia entre estado natural e estado civil, que, em formas diferenciadas, virá a ser adotado por todo o jusnaturalismo. A hipótese lógica do estado natural é uma situação de isolamento absoluto dos indivíduos que, estando numa situação de igualdade e de direito ilimitado de cada um sobre todas as coisas, têm como consequência a guerra de cada homem contra todos os outros homens. A única saída desta condição de guerra é a geração, precisamente, do estado entendido como a unidade real de todos os indivíduos, quer dizer, como entidade capaz de reduzir a pluralidade das vontades dos indivíduos a uma vontade única, através da participação de todos os poderes e de todos os direitos do estado natural - exceto o direito à vida - à pessoa do soberano (homem ou assembleia de homens). A constituição do estado não decorre, portanto, da condição natural do homem, como na tradição aristotélica que concebia o homem como "animal social", esta deriva ao invés de um pacto, e é consequentemente artificial. O estado é o grande Leviatã, o monstro bíblico do qual se diz no livro de Jó: "Não há nada sobre a terra que se compare a ele, é feito de modo a não ter medo". O Estado-Leviatã é um homem artificial, é a maior máquina, o produto mais importante da técnica e do pensamento mecanicista. As regras do mecanismo estatal são as leis civis e o único legislador. "A lei", Hobbes escreve, "é o comando daquela pessoa, cujo preceito contém a razão da obediência" (De cive XIV, I). A razão da obediência não está, pois, na coisa em si mesma que é comandada, mas na forma do comando enquanto expressão da vontade do soberano. Não existe, de fato, para Hobbes um critério de justiça natural independente do estado, que acarrete a possibilidade de uma crítica do indivíduo singular às leis do soberano: esta possibilidade significaria a dissolução do estado."
Do dicionário de filosofia Garzanti, 1999
Em 1666 da câmara dos comuns emana uma lei contra o ateísmo, a blasfêmia e a profanação. Uma lei que parece ser voltada contra o Leviatã de Hobbes.
Hobbes teve medo de ser etiquetado de herege e introduziu uma série de notas no "Leviatã".
Em 1667 a câmara dos comuns, que reivindicou medidas penais contra os ateus, convenceu o rei Carlos II a ter o filósofo sob a sua própria proteção, todavia com a condição de que ele não publicasse mais nenhum escrito.
Em 1668 as obras de Hobbes foram imprimidas em Amsterdã e os escritos, sobre guerra civil, na Inglaterra foram impressos após a sua morte.
Afastado para a sua vida privada, ele se dedicou aos clássicos gregos e latinos.
Em 1672 ele escreve uma autobiografia em versos latinos.
Em 1673 escreve uma tradução em inglês arcaico de quatro livros da Odisseia.
Em 1675 escreve uma tradução completa da Ilíada e da Odisseia.
Em 1679 é atingido por uma paralisia e morre.
As ideias filosóficas de Hobbes, após a sua morte, foram ignoradas a favor de filosofias mais deístas. Hobbes foi retomado pelo iluminista d'Holbach que argumentou a primazia do estado anticlerical.
Hobbes não diz "quem deve dominar o homem". De bom puritano, cada homem em particular é dominado por Deus que lhe traçou o destino. Consequentemente, o objeto da filosofia de Hobbes é o homem que deve obedecer ao comando. Ao patrão. Ao soberano ou à assembleia que, desvinculada dos deveres no que diz respeito ao homem em particular, dele dispõe a bel-prazer conforme os seus cálculos e os seus projetos.
A ideia de Hobbes segundo a qual o homem está em guerra contra todos os outros homens e, por isso, ele necessita de um patrão que o domine, ou é a ideia de que o homem é um lobo (entendido como besta feroz) relativamente aos outros homens, é uma ideia tomada dos evangelhos cristãos na qual o "bom pastor", o poder absoluto, tem o direito de conduzir o homem ao matadouro da vida, porque o homem delegou a sua liberdade ao "bom pastor". É o mesmo conceito que será feito, exatamente, por Freud segundo o qual a civilidade nasce quando o homem comercia a sua segurança com sua liberdade. A segurança garantida pelo mafioso que determina a qualidade da vida de cada indivíduo em particular.
Podemos dizer que Hobbes é teórico da máfia. O teórico das ditaduras. Um cristão que elevou o absolutismo ao dogma social.
Marghera, 22 de outubro de 2018
A tradução foi publicada 13.10.2021
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
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