Índice:
--- ceticismo
--- Família e Relações Interpessoais
--- Vida Social
--- A Vida Laboral
--- Ceticismo no Sistema Social
--- Verificação das Informações
O individuo social aprende a olhar o mundo retirando dos olhos, um de cada vez, os véus da ilusão.
Segundo elemento que compõe o Bastão do Stregone
*Critério do Ceticismo*
Extraído do: 'Schizzi Pirroniani do Sesto Empírico!
"Quem não não crê nos fenômenos, está claro do que dissemos acerca do critério do encaminhamento cético, que critério se diz de duas maneiras: aquele que acredita na existência ou na inexistência de uma coisa, do que diremos quando o contestaremos; e àquilo que diz respeito à conduta, para a qual referindo-nos a ele, durante a nossa vida, algumas coisas fazemos, outras não!
Disto falaremos agora.
Dizemos, portanto, que o critério ao endereço cético é o fenômeno, vale dizer, da representação sensível; esta se apoiando na persuasão e sobre a afeição involuntária, não pode ser objeto de investigação. Por isso, ninguém, talvez, contestará que o objeto se mostre dessa forma ou de outra, mas se levantará uma discussão sobre isso, se é tal como aparece.
Atendo-nos, portanto, aos fenômenos, vivemos sem dogmas, observamos as normas da vida comum, porque não podemos viver sem fazermos nada de tudo.
Essa observância das normas da vida comum, parece ser repartida em quatro, e consiste, em parte, do manual da natureza, em parte no impulso necessário das leis, e dos costumes, parte dos ensinamentos das artes.
No manual da natureza, enquanto nos foram fornecidos pela natureza, sentidos e inteligência; no impulso necessário das afeições, enquanto a fome nos conduz em direção à nutrição, a sede em direção à bebida; na tradição dos costumes e das leis, enquanto consideramos a piedade [entendida como 'pietas': atenção ativa de mútuo socorro em relação ao mundo que nos cerca! Ndr] como um bem, a impiedade como um mal, em relação à vida em comum; nos ensinamentos das artes, enquanto estamos inativos nas artes que apreendemos. Mas tudo isso, digamos, longes de qualquer afirmação dogmática!"
Escrito do Sexto Empírico, filósofo cético do II e III séculos d.c. Tirado da edições Laterza (BUL 1988).
Parece evidente como vem a ser diferenciada a percepção do fenômeno, da interpretação dele.
Quando um dogma de verdade é imposto, ele nunca se refere mais ao fenômeno em si, mas se refere à percepção e ao uso da interpretação subjetiva do fenômeno em si. Se na vida real o fenômeno deveria determinar a ação do indivíduo, na vida social o fenômeno vem substituído pela interpretação do fenômeno. Não naquilo que o objeto é em si mesmo, mas naquilo que eu quero fazer acreditar que o objeto seja. Não a função do objeto, mas a função da descrição subjetiva do objeto; da sua interpretação. Nisto termina que não é o fenômeno que determina as minhas ações, mas a descrição que a objetividade social me faz daquele fenômeno, que na minha imaginação se representa como o objeto em si; fenômeno em si.
Imaginar a realidade de um fenômeno nos leva a executar as ações que não correspondem à natureza real do fenômeno, mas do quanto nós imaginamos que o fenômeno seja (vejam a publicidade televisiva).
Se o discurso se torna bastante simples quando se trata de discutir sobre um fenômeno captado por nossos sentidos, como um objeto material ou uma informação verificável em um dicionário, torna-se árduo e complexo quando a natureza do fenômeno comporta elementos que não são captados imediatamente, ou somente indiretamente, pelos sentidos e em relação ao quais construímos as ideias subjetivas, e tentamos transmitir tais ideias subjetivas a outras pessoas que desses mesmos fenômenos têm outras ideias subjetivas. Se torna árduo quando os fenômenos, de que falamos, pertencem à manifestações de emoções ou interpretações subjetivas.
Assim, com o Sexto Empírico dizemos: "Esta ação se desenvolveu, eu a presenciei!"
MAS O QUE, DAQUELA AÇÃO, SE DESENVOLVEU?
A ação se desenvolveu sob os meus sentidos, todavia em cada instante que a ação estava se desenvolvendo, sob os meus sentidos, eu projetava sobre ela a interpretação e as expectativas da minha razão. A minha razão não esperava observar a ação, a sua conclusão, para descrevê-la finalizando-a, mas em cada instante decidia como a ação seria desenvolvida : "Eu tinha dito que seria terminada de tal modo!"; "Era de esperar-se!"; "Era previsível!"
Esse projetar da razão sobre as ações, leva a uma deformação da percepção subjetiva do fenômeno, ao qual se está assistindo, bloqueia a chegada da intuição subjetiva no que se refere ao fenômeno, leva à interpretações distorcidas das ações, uma vez que houve a conclusão (vejam as armas de destruição em massa).
Diante de:
1) Porque se desenvolveu a ação;
2) Os fins que a ação se propunha;
3) A minha sensibilidade ao interpretá-la;
4) Que coisa a ação produzirá no conjunto em que se desenvolveu;
É nisto que devo manter o meu comportamento cético, especialmente porque:
AQUELAS EXPLICAÇÕES, no mundo social humano, QUEREM ME DAR OUTRAS PESSOAS PARA A FINALIDADE DELAS, IGNORANDO, COMPLETAMENTE, AQUILO QUE DE MIM É IMPELIDO EM DIREÇÃO AO EXTERNO!
Eu sei que algumas forças dentro de mim me impelem a agir:
1) O que me transformei: através dos sentidos e das interpretações!
2) O impulso das afeições: os desejos necessários para a expansão subjetiva!
3) As tradições, os costumes e as leis: isto é, o Sistema Social e as suas regras!
4) As artes, o ensinamento, a manipulação: a capacidade para trabalhar, e para transformar mercadorias em produtos úteis e agradáveis!
É naquele agir que eu assumo a suspensão do juízo enquanto o fim do meu agir é estabelecido aprioristicamente, com o meu intento, só que eu não conheço a TOTALIDADE dos fatores que intervém para a consecução.
O problema que devo ter presente é que eu ajo num mundo que age por aquilo que se TRANSFORMOU, por DESEJO, por TRADIÇÕES e LEIS, pela ARTE DA MANIPULAÇÃO. O mundo social em que nasço usa a arte da manipulação forjada, e aprovada por leis e tradições, usando os desejos para incidir sobre os sentidos e sobre a inteligência.
A aplicação do CETICISMO limita os danos da ação do Sistema Social sobre cada indivíduo; evita que o indivíduo venha a ser uma apropriação, quando a sua vontade e os seus desejos são violados, por meio de uma imposição sem direitos à crítica, de uma realidade virtual, ou imaginada. Recordemos, por exemplo, o modelo socialmente imposto pelos santos cristãos, que negavam a sexualidade deles. Hoje nós sabemos que era somente uma doença, todavia a imposição daquele modelo virtual acima da necessidade e dos desejos sexuais das pessoas, acabou por devastar a existência delas.
Segunda Parte.
Retirar-se do centro do mundo foi um ato de uma consequência da consciência que tomamos daquela nossa situação, que era um imposição ilusória e que escondia um engano.
O engano veio a ser desmascarado pelo exercício do PENSAMENTO ABSTRATO transferido por meio de necessidade em cada âmbito da nossa existência, tendo esse pensamento a finalidade de melhorá-la.
Em que consiste o PENSAMENTO ABSTRATO? Consiste na prática de análises psíquico-emocionais, que partindo do fenômeno que se apresenta e pelo modo como se apresenta, remontam ao conjunto que o gerou, e visualizam-se os efeitos que o fenômeno produzirá dado o complexo em que aquele fenômeno irá se inserir, individuando as variáveis que os sujeitos executarão com a chegada desse fenômeno. O PENSAMENTO ABSTRATO é aquele que colhe a realidade em contínuo movimento e modificação. Vem a ser definido como ABSTRATO porque está em contraposição àquilo que é pensado pela razão, que constitui um pensamento estático. A razão capta e descreve um fenômeno por aquilo que ele é; o pensamento abstrato capta de onde vem, porque vem, para onde vai, e o que ele provoca ao movimentar-se!
O PENSAMENTO ABSTRATO se transfere para a razão através de dois instrumentos: o CETICISMO e O PERGUNTAR-SE O POR QUÊ DAS COISAS. A esses dois instrumentos se associa o JUÍZO DE NECESSIDADE e a prática da LOUCURA CONTROLADA.
Retirar-se do centro do mundo está repleto de elementos abstratos, porque se refere à situação psíquica-emocional do indivíduo, às suas ideias sobre o mundo e à suas expectativas. O ceticismo é um instrumento concreto e veremos a aplicação dele na:
1) família;
2) vida social;
3) vida política;
4) vida do trabalho.
Nestes ambientes, os Seres Humanos, constroem a sua vida social. Nestes âmbitos, por sua vez, os Seres Humanos são obrigados a aderirem e a fazerem como próprias a sua estrutura ética, moral e jurídica. Os Seres Humanos nascem nesses ambientes sociais, e estes modelam o crescimento do indivíduo com o fim de reforçarem e se reafirmarem. Nestes âmbitos sociais vivem e se desenvolvem através da adesão de indivíduos, que assimilam a moral, a ética e a estrutura jurídica. A qualidade de vida que esses âmbitos sociais fornecem ao cada indivíduo, que nasce neles e se desenvolve, é determinada pela qualidade psico-emotiva que neles cada indivíduo manifesta ou tem a liberdade para manifestar.
Diremos, portanto, que esses âmbitos ajudam o indivíduo a se desenvolver somente se nesses âmbitos existem grande quantidade de indivíduos que se retiraram do centro do mundo: que não obrigam a assimilarem a eles mesmos, a moral deles, a ética e as imposições jurídicas deles.
Com o nos retirarmos do centro do mundo, colocamos a NÓS mesmos no centro dos nossos interesses.
Os nossos interesses são: acúmulo de riqueza no nosso Poder de Ser, que se transfere ao Sistema Social, em função da construção do futuro, mas fornecem instrumentos críticos a eles.
Portanto:
*Construir o nosso futuro próprio;
*Construir relações com nós mesmos;
*Construir boas condições de vida para nós mesmos;
que equivale a:
*Construir boas condições sociais a com a finalidade de que outros, além de nós, possam construir o futuro deles;
*Construir os bons relacionamentos com as outras pessoas, onde outros além de nós possam se inserir;
*Construir boas condições de vida para todos os quais nos relacionamos;
Antes de nos retirarmos do centro do mundo, a finalidade das nossas ações era apenas a de apropriação ou de concorrência para a apropriação.
O comportamento cético se contrapõe ao comportamento fideístico.
O comerciante, pode ser um amigo, mas a relação que ele tem com o cliente É SÓ UMA RELAÇÃO POR DINHEIRO!
O comerciante, nas suas relações pessoais com o cliente, joga com a amizade, com conselhos amigáveis, quase com uma cumplicidade de juízo, somente para distrair o cliente da relação, que ocorre entre os dois, relação essa que em substância: é pura relação envolvendo dinheiro! A atividade do comerciante é aquela de dar mercadoria em troca de dinheiro. É a de vender a mercadoria pelo maior preço possível, iludindo o cliente que o preço com relação à mercadoria que vai adquirir é irrisório.
Houve um tempo, um pouco mais de dez anos (e ainda hoje com frequência acontece), que o papel aonde vinha fatiado o presunto era pago pelo preço do próprio presunto, e os fregueses se envergonhavam de chamar a atenção do comerciante, que diante de tal observação acabaria ofendido, como se alguém o tratasse por ladrão: como se realmente não fosse! Vários são os modos de se obter "lucro", só que alguns são eticamente admitidos, outros não! Essas pessoas pensavam em ter relações de intimidade com o vendedor de frios, que dizendo-lhe como era bom tal queijo, recebia mercadorias repugnantes sem data de vencimento.
O comportamento cético separa o envolvimento pessoal do objeto da relação.
Onde, o envolvimento emocional é bem aceito tão-somente em casos onde há uma troca de emoções: relacionamento afetivo, envolvimento emotivo, relacionamento sexual, etc.
O policial ou o magistrado, procuram intimidade amigável nas averiguações deles, mas a intimidade amigável não é o escopo deles, nessa forma como se colocam em relação às pessoas. O escopo deles é o de obter informações, e portanto, o comportamento amigável não tem como fim representar o que são, porém constitui o meio de obterem informações.
Não vamos nunca nos iludir que possa existir uma amizade além das coisas comuns, ou projetos comuns (e por coisas, neste caso, entendo também sensações e emoções), mas são as coisas ou os projetos comuns que constroem (ou obrigam a construir) as relações entre as pessoas. Relações que podem ser de amor, de amizade ou de camaradagem.
A amizade é construída sobre coisas (elementos comuns) e através de relações para objetivos comuns: quando alguém oferece a sua amizade, perguntem, também, o que essa pessoa quer! Não existe amizade como conceito apriorístico. Pode existir conhecimento ou simpatia, mas não amizade.
O louco de Nazaré diz: " Se vocês fizerem aquilo que eu quero, eu os chamarei de amigos!" Onde o aspecto fenomenológico (realidade objetiva) é "Fazem aquilo que eu quero!" enquanto o aspecto virtual (cênico ou aparente) é " os chamarei de amigos!" Portanto, é melhor perguntar-se, primeiramente, o que deseja, antes de se deixar chamar por amigo por essa pessoa ou por seus servos: muitos povos, muitas pessoas, têm sido aniquiladas por não terem tido condições para poderem distinguir a realidade virtual da realidade fenomenológica.
Por vida social entende-se as relações entre o indivíduo e o conjunto dos indivíduos da sociedade, e as relações entre o indivíduo e as Instituições sociais.
Também nesse tipo de relações, são solicitados comportamentos de fé (fideísmo) ou de amor, que tem por escopo obrigar as pessoas a homenagearem quem se considera como sendo a própria Instituição. E também se pede para se participar ao jogo de relações sociais definidas como "relações de galinheiro". O jogo das "relações de galinheiro" tem o escopo de colocar a pessoa individual em um grupo ou em um conjunto, sem que o grupo ou o conjunto sinta o efeito de variações excessivas com a introdução de um elemento estranho: o grupo que assimila o recém chegado.
A solicitação de obséquios às instituições e o "jogo de galinheiro" se combinam formando a ordem social. Uma ordem social cujas regras permitem a variação social, apenas internamente, e com a finalidade de perpetrar tal ordem.
Na organização do "galinheiro" se "trata de ser esperto" ou "saber se vender".
O galinheiro tem as características particulares, e se rege por leis objetivas, mas a aplicação delas é determinada pela interpretação que os indivíduos particularmente dão àquelas leis.
Há a liberdade de pensamento, mas você deve pensar aquilo que for conveniente; há a liberdade de palavras, mas você dizer somente o que lhe convém. O galinheiro é uma situação coletiva corrompida no que se refere aos ditames de uma sociedade civil, onde com frequência os relacionamentos de força determinam as condições para a aplicação ou não das normas de direito.
Com frequência os Seres Humanos vivem em um galinheiro social ao invés de sistemas de direito Constitucional.
Portanto, constantemente os Seres Humanos vivem em galinheiros sociais, ao invés de viverem em sistemas sociais que estejam dentro do direito Constitucional.
É necessário que cada um esteja consciente disto, porque frequentemente não se é perseguido pela norma ou pela lei, mas pelas convenções sócio-morais e pelas interpretações das normas dadas pelas pessoas, individualmente. Neste caso, a realidade fenomenológica constitui o tormento que é infligido a quem não se enquadra, dentro do galinheiro, a essas convenções e interpretações; e a realidade virtual constitui os princípios morais e as leis de um estado, que deveriam se sobrepor ao galinheiro. Muito pelo contrário, quando se lida com as Instituições, a realidade virtual perde o seu valor, adquirindo valor maior a realidade fenomenológica.
Quando diante da lei, um indivíduo manifesta as suas preocupações de ordem moral ou ética, a lei lhe diz: "São problemas seus. Isso que você está dizendo está dentro da sua cabeça. Na sua psique! Não está escrito em lugar nenhum, em nenhuma lei!" Em contrapartida a realidade fenomenológica é ignorada pelo galinheiro: "O que me interessa se o ordenamento jurídico não reconhece o crime de blasfêmia? Para mim você é um blasfemador!" A realidade fenomenológica vem a ser ignorada, porque para o galinheiro é mais fácil administrar a realidade virtual: controla melhor as pessoas que acreditam, preferivelmente do que as pessoas que verificam continuamente os seus testemunhos.
Para fazer você compreender que sou "esperto", devo subtrair-lhe qualquer coisa; você não deve saber o que seja ou não deve saber o quanto é importante aquilo que lhe subtraio. Ou melhor ainda: você deve acreditar que eu faço isto com as melhores das intenções, até mesmo para lhe ajudar; para o seu bem!
"Saber-se vender" é o complemento de "ser esperto", a sua exaltação.
O comportamento cético separa o envolvimento fideístico do objeto da disputa, especialmente quando o objeto da disputa somos nós mesmos com a nossa estrutura emotiva.
Todo o Sistema Social em que vivemos tenta transformar-nos em servos, de modo que fideisticamente, os membros desse Sistema, acreditem que seja do nosso interesse transformarmo-nos em servos. Quanto maior é o nosso envolvimento fideístico no Sistema Social, menor será a nossa capacidade de ajuste dentro dele.
Seja no que diz respeito a organização de ações de "mobbing" (assédio moral em ambiente de trabalho) em cargos laborais, seja no que diz respeito ao "mobbing" social, a explicação dos fenômenos é sempre a mesma: o medo! O medo que gera ansiedade e insegurança nas pessoas. Esse medo e essa ansiedade levam as pessoas a se agruparem, para nesse grupo comum, enfrentarem o assédio com uma certa segurança, que não encontram dentro delas mesmas. É o indício do medo. Um odor rançoso que sai da pele, mas também dos olhares e gestos das pessoas. Um odor que vem mascarado por perfumes, aromas, olhares de esperteza (você não sabe de que coisa eu sei, e que coisa escondo!), gestos arrogantes e megalomaníacos. E eis o bando. Ei-lo pronto a despedaçar o homem. Porém eis aquele que colhe de si mesmo o sentido das regras. Aquele que não aceita a hierarquia do medo. Aquele que não reconhece no bando uma hierarquia moral diversa das regras objetivas. Com respeito a esse homem ou àquela mulher, o bando possui dois comportamentos. Primeiramente tenta despedaçá-lo, de reduzi-lo a um objeto do próprio bando, tentando bani-lo para a escala hierárquica mais baixa do bando. Assim, o bando se compraz da sua força. Depois, quando esta mulher ou esse homem consegue, apesar de tudo, ter o seu próprio espaço, ou se subtrai da ação do bando, então é liberado. O medo o separa, porque no bando não há mais segurança, e tenta se unir de maneira diferente, para de qualquer modo se defender da ansiedade. O medo é o primeiro inimigo que, para quem pratica Stregoneria, deve ser derrotado. O medo que bloqueia a capacidade do indivíduo para enfrentar o desconhecido que o cerca, seja em forma de espaço como em forma de transformação, do tempo. O medo de um território diverso, o medo da mudança devida à decisões, escolhas, necessidade, etc. Quem pratica Stregoneria sabe que não existe o fim do mundo, mas existe sempre uma AURORA que nos aguarda. E naquele momento os bandos se organizam. Socialmente, nos cargos de trabalho, e requerem reverência, solicitam para que haja uma adesão à moral deles, ao "poder" deles, constituído de morte e submissão! Quem tem medo já está morto, só que ainda não percebeu!
A atitude cética aumenta a capacidade de ajuste subjetivo em relação aos objetos ou do conjunto social do mundo, que solicitam uma adesão fideística.
Os conceitos precedentes são extensivos à vida social, enquanto conjunto social, cada grupo requer do indivíduo uma dedicação emocional total.
O indivíduo foi educado a dá-la.
Pensemos no fanático, à participação emotiva a um evento externo e estranho à pessoa. O indivíduo, através da ação educacional, padece a imposição para uma determinada direção, na qual manifesta aquilo que constitui um elemento característico da Espécie Humana, formado no andamento da sua evolução: o compartilhamento emotivo na transformação da sociedade em que vive. O condicionamento educacional, por meio de fornecimento de fenômenos externos vividos com a participação emotiva de quem está junto da criança, obrigam-na a projetar as emoções próprias dela sobre um elemento externo e que é estranho à sua vida própria: que pode ser o deus senhor todo-poderoso (como historicamente aconteceu), porém nos dias de hoje podem ser também o time de futebol ou um partido político.
Recordo que no Japão a projeção emocional de um indivíduo sobre um ente estranho a ele, chegou a um tal ponto que as pessoas se casavam com os negócios, com as empresas, aonde trabalhavam. Não se tratava mais de um relacionamento de trabalho, mas de uma verdadeira e exata dependência emocional do indivíduo; quando o controle dele, já não mais dizia respeito à relação do seu trabalho somente, mas se estendida à sua vida inteira que tinha a obrigação de ser funcional ao próprio trabalho. A maior parte das pessoas, no Japão, considerava isso uma situação natural. Com a crise do modelo econômico do Japão, quando essas pessoas perdiam o trabalho, também, no que se referia à estrutura emotiva, havia uma perda para elas, porque essa estrutura tinha se tornado muito dependente de um determinado tipo de trabalho. O resultado é que a porcentagem de suicídios, no Japão, é a mais alta do mundo.
Uma situação semelhante pode ser verificada também na fábrica metalmecânica em que trabalho. As pessoas que lá trabalham, há muitos anos, tendem à formação de um tipo de dependência com a estabilidade da fábrica, e renunciam a qualquer modificação na vida delas, aceitando, na fábrica, inclusive situações de trabalho que são nocivas à saúde, para continuarem a manter a ligação emotiva com a fábrica em si (com frequência passando aos colegas os trabalhos piores, ou devido ao pó ou devido ao cansaço).
O conjunto laboral acaba se apropriando da estrutura emocional das pessoas, mediante a subjetivação, e sem direito à críticas por parte delas, no que diz respeito aos fenômenos que da fábrica as atinge.
Profissão e trabalho absorvem as tensões emotivas da pessoa, detendo-a num âmbito restrito. Nesse âmbito, se não for usado o comportamento cético dentro dele, a tendência é a de se vampirizar a capacidade do indivíduo e a carga emotiva que ele manifesta.
A pessoa acaba por fazer coincidir as suas manifestações próprias com as expectativas do conjunto laboral aonde ela age. O complexo laboral penetra aquele determinado indivíduo, impedindo-lhe de usar a atenção cética em relação a si mesmo, e volta a atenção dele em relação aos novos que chegam ao trabalho, que ainda não assimilaram (as regras) e, assim, poderiam manifestar comportamentos de crítica ao conjunto de trabalho. Essa forma de engaiolar o indivíduo a serviço do conjunto, vem a ser chamado de camaradagem ou espírito do corpo (isto é do conjunto), que pode ser positivo quando esse indivíduo adere a ele, aceitando-o com suas críticas, mas se torna um instrumento coercitivo com o qual esse conjunto conserva a sua forma estática, impedindo as solicitações vindas do mundo que chegam a ele.
A falência de muitas empresas ou a incapacidade delas para se adequarem ao novo, foi devida, exatamente, a um visão de conservadorismo dentro delas em relação ao mundo exterior. Um ambiente de trabalho que contrastava com o mundo da vida!
*Vida Política e manipulação de massa*
Antes da primeira guerra mundial, os USA eram pacifistas. A maior parte dos estadunidenses eram contrários em entrar na guerra. A média dos norte-americanos, posteriormente, atrás da ordem do governo dos USA, em seis meses manipularam o caráter emotivo de massa, que do absoluto pacifismo se transformou em absoluto intervencionismo.
A manipulação de notáveis classes sociais de indivíduos, tornou-se uma das artes do controle social e da imposição de acordo. Essa arte pode se manifestar nas pessoas que se transformam em massas, através de uma imposição para que adiram, mediante o condicionamento educacional, ao comportamento fideístico. -"Se a televisão está dizendo, é porque é verdade!"
Não é somente um golpe, mas se trata de expressões de manifestações emocionais fideísticas, que se constroem dentro do indivíduo para que não esteja em condições (ou que seja com dificuldade) de investigar os dados sobre os quais ele possa construir a sua opinião, e consequentemente, tomar as suas decisões pessoais. Por outro lado, a "massa" de indivíduos que se agrega em torno de enunciados fideísticos (tendo como base a fé) se torna extremamente violenta na defesa desses enunciados, porque esses enunciados de fé descritos com insistência até ao ponto da obsessão, se tornam defesa da ansiedade, por um lado, e um certificado de competência por outro lado. Um certificado de competência que dá a segurança ao particular: ele será inclusive um nada na sociedade em que vive, mas não é um "marroquino" ou não é um "negro" clandestino imigrado!
A manipulação mental leva à subjetivação do comportamento fideístico nos indivíduos, se enxerta num mecanismo de empatia que liga as pessoas em função do desenvolvimento social: o entusiasmo coletivo pela vida! Através da adesão à fé e da ação da mídia, aquele entusiasmo de participação de espécie vem a ser desviado em função da subserviência a um "chefe" ou a projetos estranhos à própria pessoa, e serve para ocultar interesses diversos.
*O comportamento cético, exercitado no Sistema Social, unido com o retirar-se do centro do mundo, permite com que nos coloquemos no centro dos nossos interesses, e de separarmos, partindo de nós mesmos, as questões principais das questões secundárias no que se refere às nossas tensões e aos nossos desejos.*
O comportamento cético permite que os indivíduos ajam para construírem o seu futuro, porque não são envolvidos fideisticamente na adesão a um determinado modelo; ao invés disso, o comportamento cético permite a eles discriminar entre os fenômenos que o Sistema Social lhes propõe.
Permite que façamos projetos mesmo quando muitos sinos soam, e nos solicitam a adesão fideística ao som deles.
A passagem da manifestação de atitudes fideísticas, educacionalmente impostas, para a manifestação ativa de uma atitude cética, importa na destruição de todas as relações sociais que foram construídas por meio do comportamento fideístico.
O indivíduo que passa de um comportamento fideístico a um comportamento cético em idade adulta, encontra-se numa vida social praticamente em pedaços. Rompe todas as relações com o galinheiro (como foi dito precedentemente).
Não reconhece e não estende a hierarquia do galinheiro fora das funções sociais, cobertas por aquela hierarquia. Coloca em discussão os papeis sociais e as pessoas que lhe cercam, e que pensavam que haviam tornado importante o seu "serem pessoas" por meio do seu papel social ocupado.
A manifestação emocional dessas pessoas, que anteriormente era protegida pela aceitação do seu papel social ocupado, agora foi colocada em discussão e essas pessoas devem justificar o que fazem e por quê o fazem em relação às outras pessoas, pois pensavam tê-las adquirido fideisticamente.
É de hoje a notícia dada pela Televideo Rai (Claudio se refere ao dia em que estava escrevendo estas páginas do seu livro):
*Cassação (Corte de Cassação, que na Itália constitui o tribunal supremo das sentenças civis ou penais levadas à revisão e eventual anulação, que foram prolatadas com descuido ou desrespeitando dispositivos legais): constitui crime humilhar os filhos*:
*A dignidade dos filhos deve ser respeitada pelos genitores, os quais, ao educarem as crianças, devem banir quaisquer formas de violência, inclusive psíquica. Uma sentença da sexta Seção Penal da Cassação estabelece que "constitui abuso" também o "comportamento doloso, ativo ou omissivo, mantido por um tempo apreciável, que humilha, desvaloriza, denigre e submete à sevícias psicológicas uma criança, causando-lhe perigos à sua saúde, mesmo se praticadas com a intenção subjetiva de correção e destinadas à disciplina da criança.*
O papel social dos "pais" é colocado em discussão e deve ser reavaliado. Aquilo que tinham adquirido não existe mais! Esta é uma decisão da Corte de Cassação, mas pode acontecer no nosso quotidiano por obra de qualquer indivíduo em particular. A diferença está na reações que devemos ter presentes ao colocarmos em discussão papéis sociais adquiridos fideisticamente.
Quando um indivíduo fideísta se torna cético, destrói a qualidade das relações precedentemente construídas, devendo recomeçar novamente a reconstruir sobre novas bases.
A dificuldade na construção das relações sociais dos indivíduos e a intolerância deles, no que se refere aos fenômenos manifestados do conjunto social em que vivem, com frequência está ligada ao fato de que dentro de uma educação fideística geral, eles mantêm um comportamento cético: ÀS VEZES MUITO MAL ESCONDIDO!
Ceticismo no Sistema Social
Como alguns termos da Mistura do Stregone (Crogiolo dello Stregone) são tomadas da experiência de Castañeda, a definição de CETICISMO é tirada de fase filosófica da Academia de Atenas.
O CETICISMO é um comportamento que um indivíduo assume em relação ao mundo, porque duvida daquilo que os sentidos lhe transmitem, como sendo real do objeto.
O comportamento cético afirma:
"Eu percebo isto! As minhas impressões e os meus juízos estão formulados com base no quanto eu percebo do objeto, mas eu não sei se o que eu percebo é real, nem se os meus juízos daquilo que percebo são funcionais."
Por quê esse modo de se comportar eu desejei inseri-lo no mundo social humano, ao invés de ser no mundo do Ser Natureza?
Porque, se é verdade que o Ser Natureza é a forja na qual as espécies se construíram, limitando, cada uma do seu modo, uma porção da imensidão de onde emergiam, é da mesma forma verdadeiro que o Ser Humano (como qualquer outro Ser Mamífero que vem de uma placenta) seja quando está na barriga da mãe, seja quando nasce, alinha e condiciona os seus próprios sentidos aos fenômenos que encontra QUE SÃO QUASE TODOS DE ORIGEM SOCIAL. As adaptações que leva a cabo em confrontos com aqueles fenômenos que lhe chegam adequadamente apresentados, constituem o seu condicionamento educacional que se sobrepõe aos instrumentos psico-físicos que a espécie construiu para o indivíduo no decorrer da evolução. Essas adaptações subjetivas por um lado permitem ao neonato de recortar no mundo em que nasceu a sua porção própria na qual possa movimentar os sentidos, juízo e poder crescer; mas por outro lado, essas adaptações subjetivas obrigam-no a especializar a sua percepção própria da realidade daquele e somente daquele modo, e com frequência através do constrangimento de ideias apriorísticas das quais faz nascer a sua capacidade crítica da realidade. O Sistema Social obriga a criança a assimilar e a elaborar, subjetivamente, ideias apriorísticas que são passadas pelo Sistema Social, e vividas subjetivamente como ideias naturais. Chega-se ao ponto de se dizer: "Você é livre para pensar aquilo que você quiser, desde que o pense dentro daquilo que eu quero!"
Quem não conhece o ditado: "Critique os soldados, mas deixe os santos?"
O que significa: "Critica o operador, mas não te permitas criticar a origem pela qual o operador obtém e pela qual o operador age!"
O comportamento cético obriga o indivíduo a verificar por si as informações relativas à sua ação.
O Sistema Social em que vivemos não controla as pessoas através de um estado de polícia (mesmo usando a polícia), mas controla as pessoas através de um controle do circuito de informação, de modo a estimular somente nele aquelas reações emotivas que deseja, ou ao contrário, adormecer nas pessoas as emoções.
Vamos a um exemplo: dizer que Fulano é mau, não significa nada. Mas se eu pertenço ao partido político A, que é adversário do partido político B, ao qual o fulano pertence e que me oponho, sou levado a aceitar a informação como me é fornecida e preencho aquela informação com o significado fundamental que eu tenho na cabeça. Sobre a informação genérica fornecida, pela mídia, projeto os significados (isto é, a torno consistente) como eu os imagino. Assim, enquanto eu estou convencido de um determinado significado, esse significado foi estimulado artificialmente pela mídia, dentro de mim. Foi estimulado e eu o tornei consistente através da minha imaginação. Não me peguntei: "Por quê isso aconteceu? Serve para que? Para que fins?"
Ao contrário, se eu pertenço ao mesmo partido de Fulano, analisarei tal informação, antes de projetar a minha imaginação, para investigar o que essa informação oculta, isto é, com qual significado se diz que fulano é ruim! Mesmo quando naquela informação encontram-se elementos substanciais, serei, seja como for, levado a discernir as atenuantes para limitar dentro de mim o impacto da informação, segundo a qual Fulano é mau.
É importante que se compreenda que, sob um ponto de vista instintivo ( entendido como resposta emocional automática à ação da mídia), a investigação sobre a qualidade (ou fundamento) da informação, irá existir somente se ela envolver de maneira negativa a minha estrutura emocional.
Neste ponto, existe um Sistema Social que é controlado através da instigação de ações, ou reações funcionais à estrutura de controle do sistema em si, mediante a manipulação da informação levada a cabo pela mídia.
Para concluir, há alguns dias, a minha esposa me chamou a atenção para um telejornal onde se notava a técnica do "pãozinho recheado". Na prática, as informações pelo lado político, que se desejam esconder ou que se desejam que passem em silêncio, são dadas como um serviço dentro de dois serviços, um que precede e o outro que o segue, pelas partes políticas adversárias. Desse modo a atenção do telespectador é focalizada sobre o serviço que precede e sobre o serviço que conclui, e somente secundariamente a técnica vem a ser envolvida pelo serviço central. É um modo de procedimento incorreto para se dar informações, porque pertence àquelas técnicas que têm a finalidade de manipular as intenções e as interpretações dos telespectadores, no que diz respeito aos acontecimentos.
Os cristãos sabem (depois de terem experimentado-o por quase dois milênios) e também as hierarquias do Sistema Social (quase sempre hierarquias políticas e econômicas) sabem, que para se controlar um Sistema Social é suficiente manipular a estrutura emocional de um número significativo de crianças, às quais é ensinada a participação nisto ou naquilo. Participar fanaticamente, à algo externo delas! O que significa demonstrar fanatismo por isto ou por aquilo? O que vem a ser isto ou aquilo? *Qualquer coisa que se contrapõe a uma outra coisa!*
Portanto, o que significa ser fanático por tal coisa determinada? O que seria essa coisa?
* É qualquer coisa que se oponha à outra coisa!* Ambas se contrapõem.
Um contra o outro!
Tentemos dar qualquer exemplo. O bom contra o mau: quem não se lembra de John Wayne contra os indianos? Quanto fanatismo no momento em que chegam os nossos! Lembro-me dos rapazotes que saltavam nas cadeiras dos cinemas paroquiais. E Ivanhoé? E antes do cinema? Os romances! E as tavernas e as igrejas aonde se inflamavam os ânimos. As pastorinhas que haviam visto a nossa senhora: com aquelas tensões, e quantas emoções foram manifestadas nas igrejas e nos confessionários. E o Ermitão Pedro que joga com os seus discursos junto com Gualtiero sem Bens: sob qual estado emocional agiram? Quantas mortes devidas àquelas cruzadas!
Você é fanático pelo Milão ou pelo Juventus? "Pelo Chievo!" Respondi sarcástico [quando foi escrito este debate pela primeira vez].
E é uma resposta apropriada, aquela dada, de acordo com o que solicitam os fiscais do Sistema Social. "Sarcástico! Você é sarcástico, mas é no jogo! Ao contrário, nós lhe ajudamos!" Adriano Celentano prepara um belo filme sentimental sobre as proezas do Chievo de Verona [que acredito, que depois, não foram feitas!].
Assim, joga-se para se alimentar a tensão emocional das pessoas.
As pessoas são induzidas para serem fanáticas, ao invés de analisarem aquilo que lhe oferecem. A serem fanáticas e a projetarem aquilo que imaginam. A razão delas tem a finalidade de alimentar, estruturar e manifestar as emoções delas da maneira seguinte: ISTO CONTRA AQUILO.
Os partidos políticos sempre foram o que?
Com o uso e com a manipulação das informações, pode-se fazer vibrar o militante deste ou daquele partido, e fazê-lo funcionar conforme a estrutura do controle social deseja usá-lo.
As emoções que são reservadas para o comportamento de objetos, nos quais o controle delas está fora da faculdade de discernimento de quem se faz envolver emotivamente *, e que constituem as correntes que o Sistema Social impõe aos seus escravos modernos para poder controlá-los.*
Esse controle pode ser rompido pelo indivíduo em particular, quando ele se pergunta: o que eu lucro com isso? O que vem a significar o seguinte: estou junto com um determinado partido político porque quero alcançar, com a coletividade, tais objetivos. Não estou envolvido emocionalmente, mas sim racionalmente.
Se o Eremita Pedro convida a cruzada para ir contra os infiéis, eu me pergunto: "Para mim qual é o ganho?" Diferente é se os Mongóis, ou outros quaisquer, estão às portas de Viena. Portanto, se me aparecer qualquer coisa em relação à minha pessoa (a Cordeiros ou um pouco mais que isso!) a situação é diversa. Porém, lembrem-se que: *provocar medo e ansiedade é arte da mídia. E medo e ansiedade provocados tornam o futuro obscuro.*
O Sistema Social humano é fundado sobre a seguinte relação: DAR-TER coisas. Sempre objetos com uma representação material.
O indivíduo, no Sistema Social, é uma representação real, fenomenológica, material.
Só que, o Comando do Sistema Social, ao invés de "pagar" a realidade do indivíduo (o seu trabalho) joga com a estrutura emocional para dele se apropriar, sem dar nada em troca. Diante de uma contribuição fenomenológica, do indivíduo, ao Sistema Social, o Comando social, desse sistema, responde com as suas contribuições virtuais.
Ouve-se dizer [ quando a primeira versão do debate sobre ceticismo foi escrita]:
"Façam mais filhos porque o abalo da natalidade leva à invasão dos extracomunitários (que não pertencem à união Européia)!"
Alguém afirma: "É necessário proibir o aborto!"
QUEM PARTICIPA DE UM OU DO OUTRO É FANÁTICO.
Quem pode ou não pode abortar deve se perguntar: "Para mim, para a minha vida, o que me é mais conveniente?" Impulsionam as minhas emoções, mas eu, se aderir às solicitações deles, serei chamado a um trabalho que não terá retribuição. Se o Comando do Sistema Social deseja tal resultado, que pague as pessoas com coisas materiais, visto que pretende um trabalho material: E QUE, PORTANTO, PAGUE POR TUDO!
O comportamento cético no Sistema Social nos protege da tentativa de serem manipuladas as nossas emoções, através do uso da informação. Com a atitude cética nos livramos da manipulação externa. A manipulação das nossas emoções não está limitada a isso, mas com essa manipulação, manipula-se, também, o nosso pensamento, as nossas ideias, e as nossas ações que são constrangidos a se desviarem do rumo dos nossos interesses, em direções diferentes.
Sem o comportamento cético, o indivíduo constrói o seu pensamento e o seu juízo partindo de emoções manipuladas pelo Sistema Social; e consequentemente, terá os seus desejos e as suas expectativas constrangidos a uma dependência dele.
Do momento que os manipuladores são sempre, e de qualquer modo, parte do mundo social, os indivíduos estão sempre obrigados, emocionalmente, a aderirem esquemas impostos.
A imposição varia segundo o aspecto que é colocado em evidência ao neonato, e também à sua capacidade de interagir no mundo, tendo como base a sua atenção que coloca nas suas necessidades. Em cada caso, existe sempre a tentativa (quase sempre com boas intenções) de afastar a percepção do indivíduo das soluções referentes a essas suas necessidades, para então, concentrar a sua atenção sobre necessidades induzidas pelo Sistema Social em que vive.
A atitude cética separa a necessidade induzida da necessidade subjetiva. Quando a conduta cética separa, no conhecimento do indivíduo, o desejo induzido do desejo subjetivo, a atenção do indivíduo pode construir as suas estratégias, removendo uma parte do véu de maiá (ilusão).
E quando a pessoa remove a ilusão, passa a compreender o conceito social do DIREITO!
O que é o DIREITO?
O DIREITO (direito da palavra, direito de externar o pensamento, direito ao trabalho, direito à habitação, direito às prestações sanitárias públicas, direito ao ensino, direito à justiça, etc.) do ponto de vista social, atualmente, o que é nesse Sistema Social?
É uma fenda aberta, às custas de muito trabalho, dentro do horror católico!
O direito não é representado como um dever, conforme estabelecido pelas instituições (como deveria ser dentro do espírito das Cartas Constitucionais nacionais), mas vem a ser considerado como uma concessão (do Comando Social) que em qualquer momento pode ser revogada ou suspensa.
O salário de um dependente é um direito-dever desde que um órgão o garanta, mas lembrem-se que se não existir um órgão que o garanta, nada proíbe de pedir dinheiro ao dependente se ele quiser trabalhar!
PENSAM QUE SEJA UMA FALTA DE BOM SENSO?
TENTEM OUVIR OS ÓRGÃOS DE INFORMAÇÕES: NUNCA FALAM DO SALÁRIO EM RELAÇÃO AO TEMPO DE TRABALHO, À QUALIDADE DO TRABALHO, AO DESGASTE DO TRABALHO E DA INTENSIDADE DO TRABALHO! Nunca falam num inter-relacionamento entre eles, mas falam sempre de uma forma estatística e em cifras desagregadas (por um lado descobrimos "o custo do trabalho" e do outro lado estatísticas sobre "doença de depressão devida ao trabalho", junto a eles o peso do "custo de vida" para cada pessoa em particular. Ou seja, quanto custa para cada pessoa a sua vida neste Sistema Social, tendo-se em vista que ela paga com a sua capacidade de trabalho - que compreende o acúmulo de experiência, ou habilidade, como também o seu tempo que ainda tem de vida -, pagando também com a sua saúde e com a sua qualidade de vida, ou existência!)
'Já produzimos 1000 cargos de trabalho!'
Evita-se dizer, no entanto:
1) Quais são os salários;
2) Quanto tempo o trabalhador deve se dedicar ao trabalho sem remuneração;
3) Qualidade do trabalho e tempo de trabalho;
4) Segurança e insegurança dentro do trabalho
Depois do que podemos ler a notícia, segundo a qual:
"Há certos trabalhos que ninguém mais procura!"
"Não se acha mão-de-obra especializada!"
"Não se encontram trabalhadores para turnos (no meu caso)!"
O trabalho que é oferecido traz lucro (chamando de mais-valia) a quem o oferece; vem oferecido como uma ação caridosa por parte dos cristãos, ou como ação filantrópica por parte de quem se define liberal. Quase, quase mesmo, seria necessário pagá-los pela oferta de trabalho deles (vejam subsídios sociais, favorecimentos, redução de taxas sobre o trabalho, isenção fiscal, etc.)
NESSA SITUAÇÃO COMO VOCÊS PODEM PENSAR QUE O DIREITO AO SALÁRIO SEJA INALIENÁVEL?
Se não o é, isto se deve somente ao fato de que o Comando do Sistema Social construiu uma trajetória para o acúmulo de riqueza, o que implica na possibilidade de um número considerável de pessoas comprarem mercadorias.
Depois, tentem poupar investindo na bolsa de valores, que uma bela queda surgirá e o direito de vocês pouparem será afetado.
Os direitos sociais são passageiros, muito efêmeros!
Quem garante o direito da palavra?
Há o direito da palavra, bastando que se cale!
Mas, reiterando, o que vem a ser o direito à palavra se somos obrigados a nos refugiarmos num gueto, para podermos exercitar esse direito?
O comportamento cético garante que nos livremos das ilusões sobre aquilo que nós chamamos de direitos adquiridos, sagrados e intocáveis.
O comportamento cético nos permite de não vivermos na ilusão de termos direitos decretados e que seriam invioláveis, mas isso que chamamos de direitos são sustentados por um equilíbrio de forças precário. Uma vez que esse equilíbrio se modifica, o direito cessa de ser aquele que nós imaginávamos.
A atitude cética nos permite sair do comportamento fideístico mergulhado na ilusão, e de identificarmos os mecanismos que produzem o direito, e agindo com eles, podermos conservar e ampliar esse direito.
Sobretudo, nos consente compreender como aquele que nós chamamos de direito de...é apenas uma pequena ilha instável no imenso mar do NÃO DIREITO do absolutismo do deus dominador, todo poderoso!
NO IMENSO MAR DA SUBMISSÃO AONDE VOCÊ ESTÁ COM O SEU CORAÇÃO E COM TODA A SUA ALMA!
RECORDEMOS COMO:
" Portanto, por um dever proveniente do ofício pastoral, que assumimos, devendo reconduzir as ovelhas que vagam desencaminhadas, para reconduzi-las ao aprisco de cristo e separar do rebanho do senhor as doentes, para que não infectem as outras com essa constituição válida in perpétuo, tendo consultado os nossos irmãos, advertimos todos os renascidos individualmente da fonte batismal, em virtude da santa obediência e sob a ameaça da excomunhão, prescrevendo aos mesmos que nenhum deles ouse ensinar ou aprender alguma coisa das já citadas doutrinas sacrílegas, ou - experiências mais execráveis- servir de algum outro modo delas em qualquer caso."
Tratado da Super Illius Specula de João XXII, 1326-1327
Conforme foi lido anteriormente no "Tratado da Super Illius Specula de João XXII, 1326-1327, a única dedução é a seguinte:
Se no amanhã, não nos desvencilharmos do comportamento fideístico, seremos conduzidos como as ovelhas no rebanho.
Quem vive manipulando a Mistura do Stregone não pode viver na ilusão. Isso que está acontecendo aos direitos civis nos USA, deveria fazer com que as pessoas refletissem! No entanto, somente quem percorre um caminho de Stregoneria ou de Liberdade, está em condições de intuir o que isso produzirá!
Somente quem pratica constantemente o comportamento cético, pode captar o significado e os mecanismos desse comportamento.
Os outros viverão na ilusão de que eles têm direitos porque forma criados à imagem e semelhança de um deus tirano e cretino! Boa sorte.
Marghera, 2003
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Cod. ISBN 9788891170897
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Claudio Simeoni
Mecânico
Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone)
Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo)
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