Determinações

A vida no ser natureza - Debate número 1

A filosofia do tornando-se da Religião Pagã

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

Filosofia Pagã

Índice:

--- O conceito de germinar

--- Princípio do Prazer e Princípio do Dever

--- O conceito de umildade;

--- O que se entende com o termo Deus? (Faltando alguns parafrafi texto)

--- Poder de ser (Faltando alguns parafrafi texto)

--- Eros Universal

--- A Magia das Determinações

O indivíduo reconhece-se como um DEUS, cessa de sofrer passivamente as imposições do mundo circunstante, se subtrai da submissão, e inicia a construir a sua vida!

O QUE DIZ A PSICOLOGIA DETERMINÍSTICA?

-DETERMINISMO-

Doutrina segundo a qual todos os fenômenos naturais estão sujeitos ao princípio da causalidade.

[...] Faltando alguns parafrafi texto

Também Skinner, o mais convicto dos sustentadores do determinismo comportamentalista, depois de Watson, escreve: " Não me considero um psicólogo S-R (estímulo - resposta). No estado atual, não estou seguro que o conceito de "resposta" seja muito útil. O comportamento é fluido, não é feito de uma série de pequenas respostas, uma ao lado da outra. O estímulo ambiental é importante entre as variáveis das quais o comportamento é função, mas não é única. É errado pensar que existam os estímulos internos e formular, pois, tudo em termos de Estímulo - Resposta" (1974 - p.113) - Do Dicionário de Psicologia de UMBERTO GALIMBERTI.

O Conceito de Germinar

No Paganismo Politeísta não existe um conceito de dever ou de obrigação, no que diz respeito a quem colocou as condições para que nós germinássemos. Não devemos nada ao Ser Sol, não devemos nada a Réia (TELLUS, o Ser Terra), não devemos nada à Atmosfera (ZEUS). Embora nós olhamos docemente seja à Selene, como a Hélios, bem como à Réia ou Zeus ! Isto vale também para os nossos genitores físicos, dentro da própria espécie. Nós nos germinamos, isto é a nós mesmos, nas condições de prazeres que eles, os nossos genitores, realizaram seguindo as necessidades deles e os seus impulsos. Se Hélios, vivendo, nos fornece energia que nos permite viver; se Zeus, vivendo, nos fornece o ar que nos consente viver; se Tellus, vivendo, nos fornece a objetividade sobre a qual e pela qual vivemos : os nossos genitores físicos, vivendo, o que nos fornecem?

Deveriam nos fornecer o armamento com o qual nós nos expandimos no Ser Natureza e no Sistema Social no qual nos germinamos. Quem constrói as condições para cada um se gerar DEVE construir as condições para que o gerado ou o possível gerado, não se limite a se germinar, mas possa se dilatar a si próprio na objetividade em que vive. Portanto, não existe uma dependência ou uma submissão às condições que nos permitiram vir-a-ser, mas EXISTE UMA RESPONSABILIDADE DESSAS CONDIÇÕES AFIM DE QUE FORNEÇAM AO NOVO NATO OS INSTRUMENTOS PARA DILATAR-SE NO MUNDO EM QUE SE GERMINOU !

Portanto, a primeira coisa que devemos salientar, é que além das nossas predileções subjetivas, NÓS NÃO DEVEMOS NADA A NINGUÉM ! Nós somos dependentes psicológica e emocionalmente de duas pessoas SOMENTE, pelo fato destas pessoas serem nosso pai e nossa mãe. Não se pode ser dependente por dever, mas se pode caminhar juntos, por prazer. O PRAZER DE CONSTRUIR A SI MESMO COMO PESSOAS DISTINTAS !

Germinar significa vir-a-ser !

Germinar, portanto, significa vir-a-ser !

Ter construído as condições para que alguém venha a ser, não dá o direito a quem construiu essas condições, permitindo a germinação de um sujeito, de impor a este sujeito condições de dependência e submissão.

Interiorizar isto, significa iniciar a fazer-se EROS universal e soltar a primeira corrente que impede o indivíduo, da nossa espécie, de percorrer um caminho para o conhecimento.

Princípio do Prazer e Princípio do Dever

O crescimento acontece através da vontade de existência.

A vontade de existir é manifestação do indivíduo devida às forças que exercem uma pressão dentro dele (os DEUSES que o formam) !

Essa resposta outra coisa não é senão a manifestação do princípio do prazer (fazer as coisas através de um envolvimento de emoções, uma explosão e vibração dessas emoções).

O que bloqueia o crescimento do indivíduo é a substituição da manifestação das emoções do princípio do prazer pelo princípio do dever.

O princípio do dever bloqueia a manifestação das emoções nas atividades do indivíduo.

O princípio do prazer expande a estrutura emocional do indivíduo!

O princípio do dever circunscreve a estrutura emocional em uma gaiola de deveres morais!

Para que a pessoa consiga a obter novamente um processo de crescimento psíquico, em idade adulta, é necessário que manifeste o princípio do prazer limitando a imposição do princípio do dever, tal como um guardião da satisfação das próprias necessidades, isto é como algo instalado dentro do indivíduo.

O princípio do dever se aloja no indivíduo através do prazer psíquico derivado da posse. O prazer de impor a outros indivíduos mais fracos (possuídos e dependentes) o princípio do dever (quase sempre o dever imposto é o dever em relação a quem pratica o prazer da posse).

Quem impõe o princípio do dever a outras pessoas indefesas, extrai prazer em ele próprio violar o princípio do dever, por ele imposto, com relação às outras pessoas que ele impôs, para submetê-las.

O que diz a Filosofia?

O que são as determinações?

A filosofia Determinística, diz: são tipos de relações obrigatórias nas quais, dada uma certa realidade, derivará necessariamente uma outra precisa !

COMO VEM A SER USADO ESTE CONCEITO EM BRUXARIA?

Dados os instrumentos que nos foram fornecidos e selecionados no decorrer da evolução da nossa espécie, com esses instrumentos enfrentamos o mundo em que nascemos.

O MUNDO EM QUE NASCEMOS !

Os Seres da Natureza nascem em um mundo.

Os Seres se expandem a si próprios em um mundo que também se expande.

Devemos, portanto, considerar :

1 - O Ser - qualquer Ser que nasce;

2 - O mundo como um conjunto no qual os Seres nascem;

3 - A expansão e o crescimento, como relação recíproca de cada Ser individual nascido na Natureza e o mundo .

* OS INSTRUMENTOS DA ESPÉCIE *

Nós somos Seres da Natureza, portanto, os instrumentos que temos são próprios do Ser Natureza.

Nós somos Seres Humanos, e por isso os instrumentos que temos são próprios da raça humana !

Nós somos Seres Humanos do ano de 2014 (Claudio Simeoni, no original escreveu ano 2003), por esse motivo os instrumentos que temos são próprios da raça humana do ano de 2014.

Nós somos seres humanos em um país Europeu (ou das Américas ou de qualquer parte do mundo), que apresenta a sua cultura nascida de uma transformação e adaptação, em sendo assim os instrumentos que temos são próprios daquela cultura.

A espécie da qual pertencemos nos fornece os instrumentos com os quais podemos enfrentar o mundo, mas o mundo se modifica e obriga os instrumentos a se adaptarem a ele.

Qual mundo?

Aquele em que nascemos. O Mundo Social, através da sua estritura cultural, é o mais de imediato obriga os instrumentos dos quais a nossa espécie nos forneceu a se adaptarem, a serem adequados a ele e, assim, a se especializarem !

Vamos elencar alguns desses instrumentos que reconhecemos como parte de nós:

Psique;

Impulsos (vários);

Necessidades (várias);

Emoções;

Mãos;

Olhos;

Sexo;

Paladar;

Prazer;

Alegria;

Olfato;

Pés;

Ouvidos;

Visão;

Raiva;

Estômago;

Ódio;

Uma bela mistura de coisas diferentes, não?

Podemos continuar em grande quantidade, seja reagrupando-os por categoria, seja elencando-os um a um.

Espero ter colocado alguns suficientemente.

Em cada uma dessas coisas, digamos assim, seja pensando em usá-las

[...] Faltando alguns parafrafi texto

O conceito de umildade

Daqui nasce o conceito de humildade próprio do Paganismo Politeísta e da Bruxaria. Em que consiste a humildade da Bruxaria? Nas perguntas que o indivíduo, que trilha esse caminho, se faz: estou suficientemente preparado para enfrentar o mundo em que vivo? Estou em condições de fazer frente aos fenômenos que se apresentam de improviso? As minhas determinações são suficientemente ricas de experiência e de adequação para que eu possa encarar tudo o que encontro? A humildade do Bruxo não consiste em ele se submeter a quaisquer coisas, em ser prostrado. A humildade do Bruxo consiste no respeito pela imensidão do mundo, e manifesta esse respeito aguçando a sua habilidade, as suas capacidades e reforçando os instrumentos dos quais se serve para tomar em suas próprias mãos a responsabilidade da sua própria vida. A humildade do Bruxo consiste em ele mesmo se reconhecer inserido numa imensidão na qual deve adaptar-se e transformar-se.

Os Seres da Natureza podem variar as espécies às quais pertencem: a evolução das espécies constitui um exemplo. Vejam as subespécies dos Seres Animais em que se adaptam subjetivamente às diversas condições encontradas. A vontade de adaptar-se manifestada por um sujeito dentro da necessidade de fazê-lo, diante de diversas condições objetivas, modifica os instrumentos que aquela espécie fornece ao novo nascido para consentir-lhe expandir-se em uma objetividade diferente.

Quanto mais a espécie se especializou em sua complexidade, tanto menores serão as variáveis introduzidas por cada um, individualmente, que à essa espécie pertence como variação desta.

Os Seres Humanos podem variar o mundo social e cultural permitindo uma adequação diversa dos novos natos. Para os Seres Humanos as modificações mais visíveis e imediatas são aquelas de ordem social e cultural.

Conhecer e considerar a existência de transformações como resultado das relações entre nós, como sujeitos, e o mundo em que vivemos, significa: TORNAR-SE CONSCIENTE !

O QUE SIGNIFICA TORNAR-SE CONSCIENTE?

Significa reconhecer a presença de todos nós :

Em cada uma das nossas ações;

Em cada um das nossas sensações;

Em cada uma de nossa parte física;

Em cada uma de nossa parte psíquica;

Significa reconhecer cada determinação como manifestação da totalidade de nós mesmos!

Quando reconheço que as minhas mãos não são objetos diferentes de mim, nem o meu sentir pertence a qualquer coisa de diferente de mim, nem o meu sexo é diverso de mim : eu me reconheço como um deus que para construir a sua existência necessita agir AGORA !

Eu escolho as minhas ações com base nas minhas predileções e nas minhas possibilidades, avaliando o melhor para mim no mundo em que vivo!

ATENÇÃO!

As MINHAS ações;

As MINHAS predileções;

As MINHAS possibilidades;

A MINHA avaliação do melhor;

A MINHA avaliação do mundo;

ESTE É O MEU SER DEUS!

Então sou o dominador ?

Não o estou dizendo a uma só pessoa, privilegiando-a em relação a todas as outras! Estou dizendo-o a todas as pessoas! Porque todas as pessoas devem reconhecerem a si mesmas como DEUSES! Deve ser, portanto, um modo com o qual construir a vida social dos Seres Humanos.

O que se entende com o termo Deus?

O que entendemos quando afirmamos que um Ser da Natureza ou o Ser Humano, no nosso caso, é um DEUS? Nós usamos o termo DEUS ou DEUSES, atribuindo a ele muitos significados, e todos ligados entre eles. Um DEUS é aquele que levado pela NECESSIDADE de reconhecer-se diferente do mundo circunstante, soma a própria VONTADE DE EXISTÊNCIA, organizando as estratégias manifestando Nous (inteligência, projeto, escopo, intenções, etc.) para expandir-se, desenvolver-se e crescer. Chamamos DEUS quando encontramos a capacidade de agir de um sujeito que manifesta a sua própria vontade! Para manifestar o seu próprio "Ser um DEUS" é necessário que o sujeito se reconheça, a si mesmo, com a prerrogativa que outra coisa não é senão a prerrogativa de existência. O seu direito de existir. No caso dos Seres Humanos, hoje, o discurso se torna mais complexo pelo fato de nos reconhecermos como DEUSES, que agem no mundo aonde viemos-a-ser, pois se choca com uma objetividade seja do Ser Natureza, seja social, que se produziram em milhões de transformações, e o meu vir-a-ser pessoal é portador dessa hereditariedade . Além disto, ainda antes de ter saído da vagina da minha mãe já se manifestavam forças externas, que agindo sobre a estrutura emocional em formação, tentam imporem a direção da minha existência.

Nessa fase, já impõem uma direção de interesse meu para me transformarem em função de qualquer ente externo (um deus dominador, um Sistema Social, uma condição de trabalho, etc. É uma condição que não é encontrada pelo Ser Sol ou pelo Ser Vírus. Exatamente por esta especificidade em que vive o Ser Humano, nós distinguimos entre Ser Humano dos que não têm nas mãos a responsabilidade da própria vida (na prática subjetivaram a dependência da existência em relação a um ente externo: subjetivar significa fazer própria e retransmitir no mundo a necessidade de fazer própria também a outros, impondo essa necessidade a outros sujeitos) dos que tomando nas mãos a responsabilidade da própria vida, manifestam tal responsabilidade subjetiva no mundo em que vivem.

Reconhecemos a presença do Deuses do Olimpo

Usamos o termo DEUS para indicar todas as forças que compõem a objetividade em que vivemos, enquanto reconhecemos que aquelas forças atravessam todos aqueles que nós consideramos VIVENTES, alimentando os seus impulsos de expansão. Essas forças são OBJETOS EM SI MESMAS. Acontece que nós, na razão, não as percebemos como objetos em si, mas como manifestação dos objetos que as atravessam. Reconhecemos a presença dos DEUSES OLÍMPICOS, nas manifestações dos Seres da Natureza.

Reconhecemos os DEUSES nos objetos, que concorrem para a formação da vida da Natureza e reconhecemos a Natureza como Ser Natureza.

Reconhecemos os DEUSES nos objetos que concorrem para a formação da vida na Natureza.

O que consideramos como um DEUS? Aquele que manifesta Necessidade de expansão na própria existência, e ao fazê-lo, constrói as condições para que OUTROS possam manifestar a sua própria necessidade de expansão na existência deles. O DEUS do Paganismo Politeísta, através das suas próprias manifestações na própria existência, usando as suas próprias DETERMINAÇÕES constrói as condições para que outros SERES possam fazer o mesmo.

[...] Faltando alguns parafrafi texto

Poder de ser

[...] Faltando alguns parafrafi texto

É através do PODER DE SER que podemos construir, modificando-nos a nós mesmos, dia após dia enfrentando o tempo que nos vem de encontro: exatamente, dia após dia.

O Ser Feto, quando alcança o máximo acumulado do Poder de Ser acumulável, morre! Morre o Ser Feto e nasce a criança! Acumula o máximo do Poder de Ser possível agindo no seu próprio mundo e gerando uma qualidade própria! A qualidade gerada da quantidade do Poder de Ser acumulada pelo Ser Feto é o nascimento da criança!

* DE ONDE SE INICIA ?*

QUANDO SE DECIDE DE: escolher as suas próprias ações tendo por base as suas próprias predileções, e às suas próprias possibilidades, estimando o melhor possível para o sujeito (ele mesmo) no mundo em que se vive.

O MUNDO EM QUE VIVEMOS JÁ CIRCUNSCREVEU AS NOSSAS AÇÕES (vejam a estrutura jurídica). DESVIOU-NOS DAS NOSSAS PREDILEÇÕES (vejam a estrutura moral corrente). CIRCUNSCREVEU AS NOSSAS POSSIBILIDADES PARA AVALIARMOS (impondo aquele e somente aquele conhecimento, e somente aquele saber).

RESTAM-NOS AS DETERMINAÇÕES! AS NOSSAS DETERMINAÇÕES!

É verdade, o mundo circunscreveu o meu modo de enxergar.

Não sofro mais passivamente quando e como enxergar, mas uso as determinações para enxergar aquilo que, naquele momento, os meus desejos indicam-me para enxergar.

Se o mundo me impôs um limite para enxergar, devo munir-me para remover esse limite. Porque esse limite não se refere somente ao meu enxergar, mas A TODA A MINHA PESSOA!

Eros Universal

Os impulsos da vida do Ser Humano (suas tendências) como remoção dos obstáculos, das ligações, que impedem o Ser é a manifestação de um DEUS particular : EROS. Aquele que na própria Teogonia de Hesíodo aparece quase do nada, como sendo uma força intrínseca da vida. A vida se desenvolve e se manifesta como a água que procura o seu caminho no subsolo. Se adapta aos lugares íngremes, se faz absorver pela terra, desfruta da gravidade, desfruta da capilaridade (como os capilares sanguíneos), se acumula em "containers", abre fendas derrubando paredes e finalmente jorra à luz. Uma guerra que a água combate no subsolo, no seu Tártaro, removendo os obstáculos. Depois, quando a água jorra nós podemos celebrar a NINFA ! Na antiga religião Romana este modo de representar a vida era indicado com uma divindade : FONS ! Pois bem, FONS se manifesta removendo os obstáculos no seu próprio caminho. Não é uma remoção de obstáculos como ARES ou como as FÚRIAS (mesmo se as fúrias frequentemente se manifestam na água), mas ao contrário das Fúrias, FONS constitui uma remoção de obstáculos em uma ação que modificando as próprias águas, tende a alcançar o seu intento: jorrar! Assim, se existir uma parede, a água o circunda; se existir uma concavidade a água a torna repleta e depois continua o seu caminho. Se o caminho é estreito, usa da capilaridade para penetrar, etc, etc. Esta ação é manifestação de EROS universal: a água remove os obstáculos que encontra em seu caminho. O Ser Humano remove os obstáculos que encontra no desenvolver da sua existência. Como a água ele tem consciência da sua ação (é dito que a água não tem consciência? Trata-se de uma opinião, a consciência da água não cabe na razão humana!), assim o Ser Humano DEVE estar consciente que está procedendo do mesmo modo! Só que a sua ação não acontece no TÁRTARO do subsolo, mas no TÁRTARO do quotidiano seja este o Ser Natureza ou o Sistema Social. Deve remover os obstáculos que lhe impedem de se expandir. O quanto bloqueia a sua psique, o quanto bloqueia as suas emoções, tudo o que bloqueia o seu saber, tudo o que bloqueia o seu conhecimento, tudo o que bloqueia o prazer da sua existência! O Ser Humano DEVE remover os obstáculos que bloqueiam a sua potencialidade, e frequentemente são obstáculos de ordem educacional.

O Ser Humano DEVE remover os obstáculos que bloqueiam a sua potencialidade, e frequentemente são obstáculos de ordem educacional.

No entanto, o Ser Humano pode fazer-se ZEUS combatendo na sua batalha TITÂNICA, que então, o transforma de um sujeito que sofreu as condições impostas pelo mundo e a elas teve de se adaptar, passivamente, em um sujeito que toma nas mãos a sua responsabilidade de existência e que escolhe por si as suas adaptações entre os fenômenos do mundo, com base em seus próprios impulsos e em suas próprias predileções. Para fazer isto pratica a LUSTRAÇÃO (PURIFICAÇÃO) das suas DETERMINAÇÕES, primeiramente reconhecendo-as e tornando-as eficientes em suas atividades. Da prática das próprias determinações de ZEUS surgem as condições nas quais os seus filhos GERMINAM e permitem, pois, aos Seres da Natureza GERMINAREM !

A limitação vale para as atividades das minhas mãos; para as minhas emoções; para a minha sensibilidade; para a minha sexualidade; para a minha psique; para as minhas sensações; para o meu perceber o mundo; para a minha capacidade de avaliar o mundo; para aquilo que eu próprio me exprimo!

Cada vez que o mundo me impõe limitações, à minha representação e atividade, está limitando todo o meu ser.

Cada vez que removo um obstáculo que bloqueia uma das minhas determinações, estou removendo um obstáculo que bloqueia todo o meu ser.

A remoção dos obstáculos ao uso das determinações próprias, é uma atividade do Ser Humano que se fez DEUS diante do mundo, reivindicando, deste modo, o seu próprio direito de existir.

Essa atividade, do Ser Humano, despejada no interior do Sistema Social, remove os obstáculos para o desenvolvimento dos indivíduos desse Sistema Social : vejam a atividade com que o Ser Humano apagou as fogueiras ! (aqui Claudio Simeoni se refere às fogueiras da santa inquisição que queimava vivas as pessoas)

Por quê não foi mais permitido aviltar o Ser Humano em um único desempenho social, cultural ou existencial ?

Porque o Ser Humano não foi criado à imagem e semelhança de um deus todo poderoso; não foi reduzido a uma definição de verdade criada e imposta (porque essa verdade o submete e o humilha de joelhos). O Ser Humano *tornou*, *veio-a-ser* o que ele é hoje, manifestando-se aquilo que ele é, geração após geração. O Ser Humano tem dentro de si todas as DETERMINAÇÕES, entendidas como necessidades e impulsos para viver, entre os Seres da Natureza; todas as DETERMINAÇÕES, como impulsos de vida e necessidades, de milhões de gerações que combateram nas suas batalhas de adaptação subjetiva às variáveis objetivas que encontraram. O Ser Humano tem dentro dele milhões de anos de adaptação subjetiva às variáveis objetivas para se tornar uma espécie social. O Ser Humano tem dentro dele todas as DETERMINAÇÕES como necessidades e impulsos naturais dos infinitos mundos da percepção que o rodeia.

Reconhecer as DETERMINAÇÕES, como expressões dele mesmo, e como instrumentos de modificação subjetiva, significa reconhecer-se como um DEUS, artesão e determinador da própria existência. (Págs. 19-20)

SOMENTE COM ESSE RECONHECIMENTO DE SI MESMO, NO MUNDO QUE NOS RODEIA, INICIA-SE A MISTURA DO BRUXO. SOMENTE COM ESSE RECONHECIMENTO DE SI MESMO EXISTE O RECONHECIMENTO DE UM MUNDO QUE É FORMADO POR DEUSES !

DEUSES DENTRO DE NÓS QUE ATIVADOS CHAMAM OS DEUSES FORA DE NÓS !

A Magia das Determinações

O reconhecimento das determinações próprias, pessoais, e da capacidade própria em agir no mundo, leva ao desenvolvimento da LUCIDEZ do indivíduo.

O indivíduo não está mais perdido no mundo. Ele sabe que é um poder. Um conjunto de instrumentos com os quais pode operar na vida. A consciência dele de ter instrumentos com os quais agir, por um lado o leva a elaborar as estratégias através das quais poder agir com base nos instrumentos de que é possuidor, e por outro lado o indivíduo não cria as ilusões de onipotência, porque a sua existência está ligada a esses instrumentos de que dispõe.

A Magia consiste na capacidade da pessoa em transformar a sua visão do mundo exatamente por meio do uso dos instrumentos de ação, dos quais se tornou consciente.

Enquanto o conceito de Magia do Monoteísmo se baseia na presumida capacidade de agir sobre o real, a MAGIA no Politeísmo é a capacidade do Ser Humano em transformar-se, e tem por finalidade agir da melhor forma possível sobre o real !

A magia do monoteísmo leva à superstição; a magia do Politeísmo leva à lucidez, isto é à tomada de consciência do indivíduo de poder intervir sobre o mundo partindo dele mesmo : AS SUAS DETERMINAÇÕES !

(Texto do Debate de 19 de Janeiro de 2001)

modificado para o debate de 29 de Março de 2003

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano