Continuação do precedente...
Depois de ter tirado a bola dos pés de Maomé, chamado "profeta de Allahu Akbar", para ter menos problemas com a chegada inesperada de Plotino, prefere passá-la a Heidegger que se subtrai da marcação do adversário.
"O sentido da chamada renovação manifesta, acha-se somente se a compreensão, em vez de assumir um conceito de culpa derivado (na acepção de culpabilidade "resultante" de uma ação ou de uma omissão), se atém ao sentido da existência no que tange ao ser culpado. Uma exigência deste gênero não é arbitrária, se estiver presente o fato de que a chamada da consciência se move com o Existir em si e se dirige, exclusivamente, ao Existir em si mesmo. Mas em tal caso, o despertar do próprio ser culpado equivale a um invocar anterior desse poder ser que, enquanto Ser em si mesmo, já e sempre são. Para ser culpado o Ser em si não tem necessidade de encarregar-se com uma "culpa" mediante ações e omissões, ele não deve "ser autenticamente" o "culpado" que, sendo, é."
Heidegger, Ser e tempo, Longanesi, 2011, p. 343
Heidegger acredita ser original, mas não percebe a chegada inesperada de Paulo de Tarso que está às suas costas.
"Por isso Deus, permitindo que esses seguissem os desejos perversos dos seus corações, abandonou-os na impureza, de modo que eles desonraram entre eles os seus corpos, trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram, serviram, as criaturas em vez do Criador, que é abençoado pelos séculos. Amém."
Paulo de Tarso, Romanos, 1,24
E eis então Jesus, chamado "filho de Yahweh" tomar o lado de Paulo de Tarso recebendo deste a bola:
"Dizia João à multidão que se dirigiam para serem por ele batizados: "Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer dentro de vós: "Temos Abraão por pai!". Porque eu vos digo que Deus até destas pedras pode suscitar filhos de Abraão. "Também já está posto o machado à raiz das árvores: toda árvore que não produz bom fruto será cortada e lançada ao fogo." "
Evangelho de Lucas 3, 7-9
Muito agradava a Jesus, chamado "filho de Yahweh", queimar as pessoas vivas, mas entre as suas pernas intervém Nietzsche:
"O mesmo vale, ainda mais uma vez, e no sentido mais elevado, para Deus, este tipo de seguidor típico do simbolismo, para o "reino de Deus", para o "reino dos céus", para a "filiação de Deus". Nada é mais anticristão do que as grosserias eclesiásticas de um Deus em pessoa, de um "reino de Deus" em que se chega, "reino dos céus", transcendente, de um "filho de Deus", a segunda pessoa da trindade."
Nietzsche, O anticristo, Adelphi, 1977, p. 45
Com este modo de se expressar no futebol, Nietzsche, permaneceu muito firme no seu lugar, em vez de fazer com que a bola girasse, e com isto Jesus chamado "filho de Yahweh" aproveita para se arremessar sobre a bola:
"...Além disso, o Pai, não julga ninguém; mas deixou todo o julgamento ao Filho, para que todos prestem honra ao Filho do mesmo modo como prestam ao Pai. Quem não honra o Filho também não honra o Pai que o enviou. Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e acredita naquele que me enviou, tem a vida eterna, não será julgado, mas passa da morte à vida. Em verdade, em verdade vos digo: chegará a hora, e ela já chegou em que os mortos ouvirão a voz do filho de Deus, e quem a ouve, viverá. Assim como o Pai é a fonte da vida, assim fez do filho a fonte da vida, e deu-lhe o poder para julgar, porque é o Filho do homem. Não fiquem admirados com isto, porque chega a hora em que todos os mortos nas suas sepulturas ouvirão sua voz e aqueles que fizeram o bem vão ressuscitar para a vida; ao contrário, aqueles que fizeram o mal, vão ressuscitar e ser condenados."
Evangelho de João 5, 22-29
E, então, é Heidegger que se mete entre os pés de Jesus, chamado "filho de Yahweh", que de um modo eloquente tira a bola dos pés de Jesus:
"Com esta escolha, o Ser em si torna possível a ele mesmo o seu privativo ser-culpado que permanece precluso em Si-mesmo. A compreensão comum, própria do Si, não conhece senão a obediência ou a violação de regras práticas ou de normas públicas. Ela deriva de modo a calcular faltas imaginando compensações. O Si mesmo se subtrai do ser-culpado mais exatamente para falar de faltas em plena voz, cada vez mais alta. Mas, na advertência, o Si-mesmo é a advertência ao ser-culpado que é exatamente do ser ele Mesmo."
Heidegger, Ser e tempo, Longanesi, 2011, p. 343
E logo Heidegger se livra da bola lançando-a em direção ao gol do adversário Sarte:
"Inutilmente se fará objeção que esta aflição tem como condição única a ignorância do determinismo psicológico inferior: estarei ansioso porque não conheço os motivos reais e eficazes que, na sombra do inconsciente, determinam a minha ação. Responderemos, de imediato, que a aflição não nos apareceu como uma prova da liberdade humana: esta se nos apresentou como a condição necessária da interrogação."
Sartre, O ser e o nada, Saggiatore, 2002, p. 69
Enquanto Sartre tenta saltar adiante, repentinamente é apoiado por Kierkegaard que toma a bola num movimento de claro desafio ao time adversário:
"A aflição então significa, portanto, duas coisas: a angústia, na qual o indivíduo coloca o pecado numa melhora expressiva, e a aflição que penetrou e penetra com o pecado e que, assim, penetra no mundo também de um modo quantitativo, cada vez que o indivíduo constrói o pecado."
Kierkegaard, o conceito da angústia, Biblioteca Ideale de Bolso, 1995, p.44
Com a bola nos pés e com a sua angústia contínua e agoniante, Kierkegaard se precipita em direção à boca do gol adversário...
Continua...
Marghera, 01 de maio de 2018
A tradução foi publicada 21.08.2019
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
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Claudio Simeoni
Mecânico
Aprendiz Stregone
Guardião do Anticristo
Membro fundador da Federação Pagã
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