A partida de futebol entre filósofos, ação n.2
O ataque dos Existencialistas

Capítulo 33

A partida de futebol mundial entre os filósofos

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

 

És capaz de jogar futebol?

 

O ataque dos Existencialistas

 

Os Existencialista, pela sua vez, dão início à partida.

A primeira bola é tocada por Heidegger:

"A conquista dos Deuses por meio da luta - o ser em decorrência da sua posição - no seu ser em poesia e em pensamento. Somente assim acontece a verdade, que titubeia em si própria como numa colina deserta de bosques através dos vales dos homens."

Heidegger, Cadernos negros, Bompiani, 2014, p. 221

Ele passa a bola a Schelling que a detém:

"Se de fato eu não posso reconhecer de que modo um ser pode pensar em si fora do mundo, sublime sobre este, posso exibir um mundo diferente dele e externo a ele, então esse pressuposto poderá ser assunto de uma fé para mim e ter uma influência sobra a minha vida, mas a minha inteligência não terá lucrado nada mais que simples palavras sem nenhum significado."

Schelling, Filosofia da revelação, Rusconi, 1997, p. 69

Schelling, antes de seguir adiante, no campo dos fundamentalistas, aguarda o chute de Durkheim em direção ao campo dos Renascentistas.

Um chute que não se deixa esperar:

'Por outro lado, se na verdade o homem tivesse sido forçado a projetar a sua imagem nas coisas, os primeiros seres sagrados teriam sido concebidos à sua semelhança. Ao invés de ser primitivo, o antropomorfismo é antes sinal de uma civilização bastante avançada. Originalmente, os seres sacros são representados sob uma forma animal ou vegetal, da qual a forma humana derivou meramente de um modo lento.'

Durkheim, As principais concepções da religião elementar, ed. Comunità, 1971, p.72

Enquanto Nietzsche, com a bola nos pés, move-se diretamente no campo do dialéticos:

"Conheço o meu destino. Um dia o meu nome será associado à recordação de qualquer coisa prodigiosa, a uma crise, como nunca houve sobre a terra, na mais profunda colisão da consciência, num veredito que será evocado contra tudo aquilo que até agora tem sido acreditado, pretendido, santificado."

Nietzsche, Ecce Homo, Newton, 1989, p. 306

Dribla com Schopenhauer para vencer na linha da defesa, superando Robespierre, Marx e Mao:

"O conhecimento ficou sozinho, a vontade se desvaneceu. E nós observamos, com uma nostalgia profunda e dolorosa, o estado em que permanece o nosso conhecimento junto ao qual aparece, em plena luz, a miséria e a perdição."

Schopenhauer, o mundo como vontade e representação, Vol. 2, Laterza, 1986, p. 536

Demócrito se atira no chão e com um carrinho tira a bola dos pés de Schopenhauer:

"Os tolos desejam viver, temendo a morte [mais que a velhice]. Os estultos, temendo a morte, desejam envelhecer. Os homens, fugindo da morte acabam por persegui-la."

Demócrito, antologia de excertos, interpretação e comentário de Salomon Luria, Bompiani, 2007, p. 833

Continua...

 

Marghera, 23 de abril de 2018

 

 

A tradução foi publicada 27.05.2019

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

 

 

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Claudio Simeoni

Mecânico

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