A partida de futebol entre filósofos, ação n.36
Fundamentalistas contra Existencialistas n. 7

Capítulo 67

A partida de futebol mundial entre os filósofos

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

 

És capaz de jogar futebol?

 

Fundamentalistas contra Existencialistas n. 7

 

Continuação do precedente...

 

Bergson, ao se apoderar da bola, chuta-a em direção de Jaspers que, não pegado de surpresa, parou a bola com o peito.

"No pensamento distinguimos o pensamento do ser e o conceito da coisa à qual ele se relaciona. Os conceitos obtêm os seus sentidos através da relação com a coisa que é compreendida nesses conceitos. Essa relação é o enigma do conceito. Os conceitos se encontram, talvez, no ser das coisas, e são simplesmente "extraídos para fora" do pensamento? Os conceitos são apenas palavras, isto é, sinais e nomes produzidos pelo nosso pensamento para poder operar com eles no que se refere às coisas? Onde se encontra a origem dos conceitos?"

Karl Jaspers, A verdade, Bompiani, 2015, p. 561

Jaspers, após uma corrida breve, passa a bola para Pascal.

"Comenta-se que Deus deu ao homem os meios para ele cumprir com todas as suas obrigações; que esses meios constituem o nosso poder, que precisa buscar a felicidade por intermédio das coisas que estão no nosso poder, porque Deus nos concedeu-as para esta finalidade; que é preciso considerar aquilo que está livre em nós, que os bens, a vida, a estima não estão no nosso poder, e portanto não conduzem a Deus; mas que o intelecto não pode ser forçado a acreditar naquilo que ele sabe que é falso, ou a vontade para amar aquilo que ele sabe que o torna feliz; que estas duas potências são por isso livres e que por meio delas, portanto, podemos nos tornar perfeitos; que o homem, por intermédio destas duas potências, pode perfeitamente conhecer Deus, amá-lo, obedecê-lo, agradá-lo, pode curar-se de todos os vícios, adquirir todas as virtudes, santificar-se, em síntese, ser companheiro de Deus."

Biagio Pascal, Antologia Filosófica, Editora La Scuola, 1988, p. 283

Em cima de Pascal, facilmente, se atira Jesus chamando "filho de Yahweh, com a glória de uma veronica, tira a bola de Pascal e evita que este retome a bola.

"Então se aproximou a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos, e prostrou-se para pedir-lhe alguma coisa. Ele disse a ela: "O que você quer?" Ela respondeu: "Quero que no teu reino estes meus dois filhos se sentarão um à tua direita e o outro à tua esquerda". Jesus respondeu: "Vocês não sabem o que estão pedindo. Podem vocês beber do cálice que eu vou beber?" Responderam: "Podemos". Jesus lhes acrescentou: "Vocês beberão do meu cálice; porém, não cabe a mim conceder-lhes o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, mas estes lugares pertencem àqueles para os quais foram preparados pelo meu Pai."

Evangelho de Mateus, 20, 20-23

Jesus, denominado "filho de Yahweh" vê que Maomé denominado "profeta de Allahu Akbar", está livre para receber a bola e, então, chuta-a para Maomé.

"No término dos meses haram, matai os fabricantes de divindades onde quer que estejam; capturai-os, assediai-os, fazei-os cair nas emboscadas. Se, porém, eles se arrependem e oram, esmolam, deixai-os livres para caminharem nas suas estradas. Deus perdoa, Deus transborda de misericórdia."

Maomé, Alcorão, Sutra IX tawbat: imunidade ou arrependimento, versículo 5, Oscar Mondadori, 1980, p. 271

Sobre Maomé, chamado "profeta de Allahu Akbar", se lança Schopenhauer que, depois de uma série de toques na bola, consegue se apoderar dela.

"Seja como for, com as considerações que se seguem, não pretendemos negar a invenção da prova ontológica, o mérito da astúcia e da sutileza. Para explicar uma certa existência, nós indicamos a causa, após o que, tal existência mostra-se uma consequência necessária da causa; e isto vale como explicação. Um procedimento como este, no entanto, leva - como já demonstramos - a um regressus ad infinitum e, portanto, não poderá jamais conduzir a uma causa última, que constitui a explicação fundamental. As coisas seriam de outra forma se, verdadeiramente, fosse possível perceber a essência da existência de algum ser - isto é, do conceito abstrato, ou da definição. Em tal caso, de fato, este ser seria reconhecido como necessário ( que, aqui como em qualquer outro lugar, demonstrasse ser somente "consequência da sua causa"), sem o que, com isto, ele estivesse unido a algum outro senão ao seu próprio conceito, e de conseguinte, sem que a sua necessidade fosse transitória e momentânea, continuamente condicionada e, por isso, reconduzida a uma sucessão infinita de causas, como é, sempre, a necessidade causal. "

Arthur Schopenhauer, Ou se pensa ou se acredita, Bur, 2000, p. 88

Schopenhauer passa a bola para Schelling que recebendo-a controla-a com absoluta segurança.

"Efetivamente está manifesto que a razão não pode levantar alguma questão, que já não tenha, precedentemente, uma resposta para ela mesma - Assim como de uma semente não se desprende nada que não contenha algo reunido anteriormente a ela, deste modo em filosofia não pode nascer nada (para análise) que já não esteja antes presente no espírito humano (na síntese mais originária). Consequentemente, os sistemas singulares, que merecem este nome, são permeados por um espírito-guia comum; cada sistema em particular só é possível somente como derivação do arquétipo universal, ao qual, em todo o conjunto há mais ou menos uma aproximação."

Schelling, Criticismo e idealismo, Laterza, 1996, p. 35

Proclo intervém sobre Schelling, tirando-lhe a bola.

"Tudo isto que é auto-suficiente em relação ao seu ser, ou à sua atividade, é superior àquilo que não é auto-suficiente, mas depende de um outro ser, isto é, da causa da sua inteireza."

Proclo, Os Manuais, Elementos de teologia, Rusconi, 1999, p.89

Ao retomar a posse da bola, os Fundamentalistas estão predispostos a uma ação de ataque...

 

Continua...

 

Marghera, 25 de junho de 2018

 

 

A tradução foi publicada 29.01.2020

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

 

 

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Claudio Simeoni

Mecânico

Aprendiz Stregone

Guardião do Anticristo

Membro fundador da Federação Pagã

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