A partida de futebol entre filósofos, ação n.27
Renascentistas contra Dialéticos n.5

Capítulo 58

A partida de futebol mundial entre os filósofos

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

 

És capaz de jogar futebol?

 

Renascentistas contra Dialéticos n.5

 

Continuação do precedente...

 

Bakunin, de posse da bola, passa-a por trás para Stalin que a detém.

"O que precisa ser considerado como algo essencial nas nossas dificuldades, sobre a questão agrária? Qual é o caminho para a saída destas dificuldades? Quais conclusões devem ser tiradas das ligações com estas dificuldades, em relação ao ritmo de desenvolvimento da nossa indústria em geral e particularmente do ponto de vista da correlação entre a indústria ligeira e a indústria pesada?"

Stalin, Questões do leninismo, Sobre a questão agrária, editora l'Unità, 1945, p. 221

Com a bola nos pés, Stalin avista que Mao Tse Tung está só e, então, com um espaçado chute de bico encaminha a bola a ele.

"Concluindo, as leis diversas sobre a conduta da guerra são estabelecidas pelas condições diversas da guerra, ou seja, as leis variam com a variação do tempo, do lugar e pela característica da guerra. Se o fator tempo for considerado, tanto a guerra como as leis a respeito da conduta da guerra se alongam; cada fase histórica tem características próprias, e por isso, para cada fase, também as leis da guerra têm características próprias, e não é possível transferir mecanicamente estas leis de uma fase para outra. Se a característica da guerra for considerada, seja a guerra revolucionária seja a guerra contra-revolucionária têm características próprias, com as quais inclusive as leis que as governam têm características particulares e não podem ser transferidas mecanicamente de uma guerra para outra."

Mao Tse Tung, Obras escolhidas, vol. 1, Casa editrice in lingue estere, Pequim, 1969, p. 194

Mao Tse Tung, após dar alguns passos, entrega a bola para Feuerbach.

"Ao contrário: Da mesma maneira como tenho as minhas mãos fixadas em mim, do mesmo modo os meus desejos estão separados de mim, quanto mais violenta a minha aspiração pela libertação, mais potente o meu impulso em direção à liberdade, a minha vontade de não ser limitado. A força soberana do coração ou da vontade humana, impulsiona em grau máximo, é uma força superexcitada pela potência da necessidade, é a potência dos Deuses que não conhecem nem a necessidade nem os limites. Os Deuses estão em condições de executar aquilo que os homens desejam, isto é, eles carregam as leis do coração humano para serem aplicadas. Aquilo que homens são somente na alma, os Deuses o são no corpo; aquilo que os homens conseguem somente na vontade, somente na fantasia, somente no coração, e portanto, apenas no sentido espiritual, como por exemplo num instante poder estar num lugar longínquo, os Deuses podem fazê-lo no sentido físico. Os Deuses são os desejos realizados, transformados em desejos físicos, encarnados no homem - constituem a superação dos limites naturais do coração e da vontade humana, consistem na vontade ilimitada, expressam-se nas forças físicas que, então, se equiparam às forças da vontade."

Feuerbach, A essência da religião, Newton, 1994, p. 52 - 53

Em cima de Feuerbach intervém Ficino que, num carrinho, tira a bola do desaventurado e, por isso, ele começa a mancar um pouco.

"Por quê digo isto? Para que fique claro que cada ser que alcança imediatamente a tranquilidade, não deseja empreender mais nada, somente quando alcança a causa próxima; e que por isso a mente, que não se acalma com nada senão na primeira, não tem nenhuma causa própria exceto a primeira. A prova disto é o fato de que a mente humana volta-se diretamente para Deus sem intermediários. As coisas, de fato, voltam-se às suas causas do mesmo modo que procedem dela. Aquelas que procedem pela mediação de um agente, mediante este se voltam às suas causas. Aquelas que procedem sem intermediários, voltam às suas causas diretamente. A alma sem intermediários se volta a Deus quando o contempla, não em qualquer criatura nem em uma imagem sensível produzida pela fantasia, mas no seu absoluto e pureza acima de qualquer coisa criada."

Marsilio Ficino, Teologia Platônica, Bompiani, p. 895 - 897

Ficino, dispondo da bola, chuta-a para Kant que avança no ataque dentro da área adversária.

"Os únicos objetos de uma razão experiente são, pois, os do bem e os do mal. De fato, compreende-se com o primeiro como sendo um objeto necessário das faculdades do querer, e, conforme o segundo, da faculdade do aborrecer, mas ambos de acordo com o princípio da razão."

Kant, Crítica da razão prática, BUR, 1992, p. 237

Nas proximidades das traves do adversário, Kant chuta, de modo forte e seguro contra a rede defendida por Epicuro.

Epicuro não hesita em lançar-se no vazio atômico para agarrar firmemente a esfera de couro, antes que ela passe pelas traves que ele defende.

"Eu na verdade não sei qual a ideia que devo fazer do bem, se retiro os prazeres do sabor, se retiro os prazeres da vênus, se afasto os da audição, se afasto aqueles agradáveis que são muito provocados pelos olhos relativamente às formas, e todos os outros prazeres com os quais o corpo do homem pode desfrutar com qualquer um dos seus sentidos. Nem certamente se pode dizer que, somente a felicidade da alma seja colocada entre os bens. Porque a alma, pelo que sei, não se alegra senão com a esperança em todas as coisas que me referi, e precisamente porque a natureza as desfruta de modo livre da dor."

Epicuro, Escritos morais, BUR, 2001, p. 85

Epicuro, então, arremessa a bola de modo a auxiliar Lenin que está no meio do campo.

"Está, pois, demonstrado, como o reconhecimento dos direitos do homem, por parte do Estado moderno, não tem outro significado diferente a não ser o reconhecimento da escravidão por parte do Estado antigo. Ou seja, o modo como o Estado antigo tinha como base natural a escravidão, assim o Estado moderno tem como base natural a sociedade civil, o homem da sociedade civil, melhor dizendo o homem independente, unido a um outro homem tão-somente pelo vínculo do interesse privado e pela necessidade natural inconsciente, o escravo do trabalho para o seu ganho, o escravo seja pela ânsia egoística própria seja pela inquietação egoística de outrem. Nos direitos universais do homem, o Estado moderno reconhece que esta é a sua base natural."

Lenin, Cadernos filosóficos, Editori Riuniti, 1971, p. 30

Enquanto Lenin leva avante a sua ação em direção da área adversária, eis o som do assobio que determina o fim do primeiro tempo do jogo.

O som agudo se propaga sobre os campos, todos os jogadores param o jogo, e caminham para os vestiários.

 

Continua...

 

Marghera, 03 de junho de 2018

 

 

A tradução foi publicada 25.11.2019

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

 

 

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Claudio Simeoni

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